Via Claudia Augusta – hoje demos inicia a nossa quinta etapa:

5ª Etapa: quarto dia de pedal

 FUSSEN a LERMOOS – 43 Km

Saímos de Fussen e depois de pouco mais de seis quilômetros chegamos a Pinswang na Áustria. Passamos por dezenas de vilarejos encravados no meio dos Alpes.  

A maneira organizada de armazenar a lenha

Nesse trecho aos redores de Reutte, paramos para visitar o Castelo de Ehrenberg, conhecido também como Burgruine Ehrenberg, castelo em ruínas. O castelo foi construído no século XII tornando-se o centro da corte naquela época, que mais tarde se mudou para Reutte, em XVI. Ele foi destruído pela invasão francesa em Tirol, no início do século 19.

Mas para chegar lá é necessário comprar um ticket na oficina de turismo localizado na Fortaleza Klause – a rota passa em frente.  Na recepção fomos informados que não era permitido subir de bike. Só caminhando; então deixamos as  bikes em um lugar adequado e seguimos.  É possível obter informações no site  – http://www.ehrenberg.at/de/highline-179.html.

Ruínas do Castelo de Ehrenberg

Até chegar ao castelo levamos cerca de vinte minutos caminhando dentro da floresta por uma longa subida. Mas valeu a pena. O lugar é lindo e depois de pedalar tanto, uma caminhada caiu bem.

Próximo ao castelo existe uma ponte pênsil – Highline-179 – sobre a estrada e que vai até ao Forte Claudia do outro lado. A ponte tem a altura de 114,6 metros e 406 metros de comprimento.

Highline-179

Atravessar a ponte pênsil exigiu um pouco de coragem, mas a vista de lá é deslumbrante; o que fez com que esquecemos a altura e o balanço dela. Foi demais!!!!!

 

Do castelo seguimos para Reutte

Na cidade são muitas as casas que estão decoradas com “Lüftlmalerei” (em tradução livre, “pinturas no ar”), pinturas presentes nas fachadas, com motivos religiosos ou prosaicos, e que são verdadeiras obras de arte. Quanto mais elaboradas, maior a riqueza do proprietário na época. Eventualmente estas pinturas são construídas de forma a criar ilusões de ótica. Incrível !!!!

Em Reutte fomos privilegiados com uma linda exposição de fotografia em uma das praças da cidade.

A poucos quilômetros depois de Reutte encaramos uma  subida bem forte  com  cascalhos soltos. Foi necessário empurrar as nossas bicicletas para algumas centenas de metros. De repente, acabamos percebemos que estávamos no topo do primeiro pico do percurso  em Wengle em cerca de 1100m do nível do mar e, 

em seguida, começou a descida para Lermoos.

Chegamos a Lermoos e seguimos direto para Oficina de Turismo checar se os hotéis indicados no guia tinham vaga. Na recepção  a garota que nos atendeu nos deu uma lista de hotéis disponíveis e por coincidência havia um do lado com um nas mesmas condições dos hotéis do guia. Então optamos por ele. 

Chegamos a tempo de explorar a pequena cidade e encontrarmos uma festa local. Ficamos um tempinho por lá e voltamos para hotel. O céu começava escurecer e a cidade esvaziar. Só nos restava descansar e nos preparar para o dia seguinte.

6ª  Etapa:   Plano B –  um percurso feito de ônibus

LERMOOS a LANDECK

Ao contrário dos dias anteriores, hoje o dia amanheceu com chuva, vento e frio. Tínhamos que decidir o que fazer diante das condições adversas. Tínhamos duas opções para chegar até Landeck : pedalar debaixo de chuva e com frio pela rodovia, pois os moradores locais nos desencorajarão seguir pela Via Claudia Augusta devido a forte neblina ou fazer o trajeto de ônibus, que naquele momento era o mais seguro. Conversamos com os proprietários do B&B onde ficamos hospedados e eles nos disseram que não haveria problemas para transportar as bikes e que o transporte publico, tinha estrutura para carregar até cinco bicicletas. 

Ficamos frustrados, pois estávamos preparados e na expectativa de alcançar o Fernpass (1215m), mas o bom senso e a responsabilidade têm que prevalecer sempre quando há possibilidades de risco.

Então fomos esperar no ponto de ônibus e verificar a disponibilidade. Foi o que fizemos e tivemos sorte, o ônibus estava praticamente vazio. Chovia tanto que o motorista – simpático – permitiu que colocássemos as bikes dentro do ônibus.  O site para verificar o transporte público na Áustria   www.postbus.at/en/Timetable/

De ônibus

Já dentro ônibus percebemos que ele pararia em todas as cidades  no percurso , então   decidimos comprar a passagem para Nassereith  ( 7 euros ) ao invés de comprar para Landeck, na esperança de que o tempo melhorasse. O percurso levaria 45min e chegando lá iriamos avaliar as possibilidades.

Infelizmente o dia teimava em continuar com as grandes e pesadas nuvens e, apesar da chuva ter diminuído e a temperatura estar mais amena decidimos continuar com o plano B.  Compramos passagens até Landeck (9 euros -50min de viagem) , mas dessa vez o motorista pediu para que acomodássemos as bikes na traseira do ônibus em ganchos colocados especialmente para o transporte de bike.

No guia da Via Claudia existe informações sobre os shuttles – transporte privado  para bike. Caso  não queria deixar as magrela dependuradas. (www.bikeshuttle.at )

Landeck

O ponto final do ônibus em Landeck é na estação de trem. De lá seguimos para o centro da cidade em busca de hotel. Não foi fácil encontrar  – todos muito caros. Resolvemos pedalar fora do centrinho, na esperança de encontrar outras possibilidades de hospedagem.

Já estávamos dispostos a ir para próxima cidade  -FlieB. Vimos uma placa da Via Claudia e seguimos a indicação. De repente encontramos um casal que vendo nossa bike carregada, nos preguntou se estávamos a procura de hospedagem – Era o proprietário da Pension Thialblick em Landeck – o Sr.Krüger. Perfeito!!!!! Ele nos acompanhou até o local, mostrou onde estavam as  com cervejas geladas e disse que era só pegar e deixar anotado em um papel colocado em cima da geladeira.  Simples assim :  uma relação 100% de confiança.

7ª Etapa: quinto dia de  Pedal 

LANDECK  a  NAUDERS  60,95KM

Saímos de Landeck e seguimos pedalando por uma bela floresta . 

O percurso nos levou para pequenas estradinhas asfaltadas, bem pequenas, ou ciclovias em meio à mata com total estrutura para os ciclistas. É possível encontrar água potável em vários trechos. Foi um morador que nos avisou que a água que encontrasse no caminho podia ser bebida sem preocupação .

Essa região da Áustria, em que estávamos pedalando é muito linda! Pequenos vilarejos espalhados por todos os cantos ora nas montanhas ou nos belos vales entre as montanhas dos Alpes. Sempre pedalando por pequenos e belos povoados em meio a plantações e ao longo do rio Inn  de águas transparentes entre paredões de calcário, num vale apertado. Lindo!!!!

O Inn é um rio que corta três países: Suíça,Áustria,e Alemanha. É afluente do Danúbio

Nesse trecho passamos por várias pontes de madeiras antigas. Uma arquitetura  medieval que impressiona.

Seguimos pedalando passando  por Tosens  e Pfunds.

A partir daí, pedalamos mais alguns quilômetros até um ponto onde a Via Claudia Augusta desaparece como ciclovia e se transforma em uma picada no meio das montanhas.

Assim que terminou a trilha chegamos a uma autoestrada onde havia uma placa indicando Martina – nosso sentido. Mas logo depois um túnel apareceu.  Havia uma placa com um triangulo e uma bike dentro e eu me lembrava de ter lido que isso significava ” trânsito de bike” Ficamos na dúvida se atravessaríamos , mas seguimos pedalando. Foi tenso.

Na Suíça

Logo depois deixamos pra trás a Áustria e entramos na Suíça. A primeira cidade ostentando a famosa bandeira vermelha com a cruz branca foi na verdade uma vilazinha composta de uma dezena de casas: Martina

O trecho dali em diante não ir ser fácil – estávamos preparados para encarar um dos trechos temidos. Seriam aproximadamente 7km de subida até Nauders, região da tríplice fronteira (Áustria, Suíça e Itália) –  aproximadamente 1.500 sobre o nível do mar. Uma longa em subida com um zigue zague interminável.

A vista do topo da montanha

No final da subida o tempo começou a mudar,mas conseguimos chegar a Nauders sem chuva. Ela já havia passado por lá.  

Logo na entrada  da cidade nos deparamos com uma grande festa.

Tradicionalmente a cada fim de verão, as vacas são trazidas do alto dos Alpes. Quando chegamos a Nauders estava sendo  realizado um evento eventos onde as vacas  estavam expostas. Interessante observar todo envolvimento das famílias de produtores. As crianças participam ativamente na hora de levá-las  para as montanhas

Depois desta incrível oportunidade de poder  observar um pouco do dia a dia dos locais , seguimos a procura de um hotel. Ficamos hospedados no B&B Haus Mondschein (www.haus-mondschein.at) da família Maas. 

B&B da Família Maas

Nauders – vista da janela do nosso quarto.

8ª  Etapa: sexto  dia de  Pedal 

 NAUDERS a  NATURNO  84 KM

Deixamos Nauders logo pela manhã, o vale estava coberto pela neblina.

Os romanos quando atravessaram os Alpes trouxeram muito com eles: a língua e a escrita, a organização do estado e inclusive a religião. Ao longo de todo o percurso encontramos totens como esse.

Logo na saída passamos pelo Castelo Naudersberg, construído no século XII.  Até 1919 o castelo era a sede da corte soberana de Naudersberg e da corte distrital de Nauders. Hoje é de propriedade privada.

Pela planilha sabíamos que o esforço do dia anterior ia ser recompensado por visuais incríveis (Lago Reschen) e por uma longa descida.

Sete quilômetros depois de deixarmos Nauders, fizemos nossa passagem pelo Passo de Resia, atravessando os Alpes e chegando à Itália.

Chegando à Itália.

A primeira cidade que avistamos foi à belíssima Resia, em frente ao enorme lago azulado – o Lago di Resia

A história do nascimento desse lago é uma lembrança um pouco triste.Antigamente, nessa região de Passo Resia existiam três lagos natural: o lago de Resia, o de Curon (também conhecido como de Mezzo) e o de San Valentino alla Muta.

Em 1950, foi construída uma grande represa e os três lagos foram unificado, o que provocou a submersão do antigo centro de Curon, que foi transferido para as montanhas. Eles foram unificados para produzir energia. Entre as construções que ficaram submersas, estava também uma igreja do século XII.

Uma igreja do século XII.

Quem garante isso é o campanário que ainda hoje surge das águas do lago de Resia. Somente quando chega o inverno, com a água congelada, é que ele pode ser visitado a pé.

Pedalamos a beira do lago por pouco alguns quilômetros e, depois, foi só descida, tudo por ciclovia. Nunca imaginei descer os Alpes por uma ciclovia, cortando pequenas cidades, bosques, castelos e ciclistas subindo e descendo. Na Itália começamos a encontrar vários ciclistas.

Rio Ádige

Rio Ádige

Eu imagino  que  essa seja ciclovia sonhada por todos cicloviajantes. Perfeita!!!! Um trecho que intercalava descidas leves  ou terreno  plano. E as paisagens …de tirar o fôlego. Dia de sol, temperatura amena,  céu azul, ar puro, bosques de pinheiros, pequenos lagos, aldeias pitorescas e vales. Sem falar no lindo Rio Ádige, que corta o território com suas límpidas águas verde-claro do degelo dos Alpes. Estava difícil seguir pedalando, tamanha beleza, acredito que nos paramos uma zilhão de vez para fotografar.

Convento Beneditino de Marienberg – Malles

Seguimos pedalando pela região de  Trentino-Alto Ádige – resultado da união de duas províncias, a de Bolzano e a do Trento. Fomos deixando para atrás pequenos povoados e muitas pomares de maças – verdadeira riqueza da região.Em uma dessas plantações paramos para conversar com as pessoas que faziam a colheita, na maioria polonesa.

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Castelbello

Natuno,

Nossos planos para o dia de hoje era chegar a Merano, mas nós fizemos tantas paradas longas admirando a natureza que quando chegamos a Natuno, 15 km antes do destino programado já estava escurecendo. Então optamos em parar ali. Entramos na cidade e fomos procurar hotel. Tínhamos a indicação do guia oficial e o endereço, mas não tínhamos para quem perguntar, a cidade estava vazia. Claro, nos perdemos pela cidade em busca de um hotel. Quando de repente: estávamos em a uma escola de Musica, e vimos uma pessoa  e perguntamos .

Ela não conhecia o hotel que buscávamos. Então ela chama por um garoto e mostra o nosso guia – O garoto diz “ é a pousada da minha mãe “ incrível!!!!!O garoto também achou incrível a coincidência e pediu para que nós o acompanhasse até sua casa. Chegando lá a noticia – “não há vagas”. O garoto ficou mais frustrado que nós. Eles foram muito gentis fizeram algumas ligações e encontraram um  hotel para nós.  Ficamos no Hotel Garni Central –www.garni-central.com

Uma dica – em algumas pequenas cidades onde não há oficina de turismo, e possível encontrar esses paneis com informações sobre acomodações. Normalmente  localizados na praça da cidade. Ao lado do nome da acomodação ( hotel, B&B ou hostes) há uma luz vermelha e verde – verde significa disponibilidade. Há também um telefone onde as ligações são feitas sem nenhum custo.

9ª  Etapa: sétimo  dia de  Pedal 

 NATURNO A BOLZANO  56,80 km

Um dia de pedal  praticamente todo no plano. Foi mais um percurso de lavar a alma!!!  

Seguimos por um longo trecho plano sempre ao lado de um rio de águas azuladas belíssimas e pontes de madeira cobertas. 

Saímos logo pela manhã de Naturno. Nosso plano era passar a manhã explorando Merano, primeira grande cidade por onde passaríamos – distante apenas a 15,5 km. Passamos pelas aldeias de Plaus e Lagundo e finalmente para Merano. 

No passado, a cidade foi ponto de encontro da nobreza europeia. A imperatriz austríaca Sissi costumava passar longos períodos por lá. A cidade, que fica no fundo de um vale, ainda guarda certo ar aristocrático e é um lugar particularmente agradável para passear, principalmente às margens do rio Passirio.

Esse edifício é também é sede de muitas manifestações internacionais, entre elas o Merano WineFestival – normalmente tem duração de três dias e acontece no mês de Novembro – e a Semana da Música de Merano. Ao total, são 13 salas que conseguem abrigar alguns milhares de pessoas. A Kurhaus foi inaugurada em novembro de 1874.

Nesse trecho percebemos um aumento de ciclistas e também encontramos lanchonetes, o que não vimos na Alemanha e na Áustria.

De Merano seguimos pedalando para Bolzano , destino final do percurso do dia.

Bolzano é uma cidade além de charmosa, bem peculiar. Devido à influência cultural alemã da região (Trentino-Alto Ádige), todas as sinalizações são feitas tanto em italiano quanto em alemão – Bolzano (em italiano), ou Bozen (em alemão). Os atendentes de supermercados e restaurantes, praticamente sempre fazem o cumprimento inicial nos dois idiomas: “Guten Morgen”, seguido de “Buongiorno”.

O coração da cidade é a Piazza Walther, construída em 1808 e batizada em homenagem a Maximiliano da Baviera. Depois, passou a ser chamada de Giovanni e somente em 1901 se tornou Walther em homenagem a um dos maiores poetas alemão. A estátua bem ao centro da praça representa Walther.

Duomo di Bolzano-uma igreja gótica do século 16 é uma grande atração da cidade.

Chegamos a tempo de explorar a cidade, observar o vai e vem das pessoas e saborear a culinária local.

Ficamos hospedados no Guesthouse 37  (www.bedandbreakfast.eu ) no centro histórico da cidade .

10ª  Etapa: oitavo dia de Pedal 

BOLZANO a TRENTO  79,80 km

O percurso de quase 80 km foi quase todo de descida, exceto por uma pequena subida na cidade de Lavis. A trilha asfaltada corre paralela ao rio Adige. E é maravilhosa!!!!!!!

Nesse trecho vimos os primeiros vinhedos.

As montanhas dolomitas marcam a paisagem na região Trentino-Alto Adige.

A pista de bicicleta de Val d’Adige ou de “Pista ciclable delle mele” é parte  da Via Claudia.

Trento

Trento foi mais uma bela surpresa, muito linda. É uma cidade universitária, com um centro antigo muito bonito e muitas, mais muitas bicicletas.

A cidade histórica ficou conhecida por sediar o Concílio de Trento (1545-63), estabelecido pela Igreja Católica para discutir reformas que pudessem atrair grupos dissidentes, particularmente os protestantes alemães, de volta para a Igreja. A catedral, onde ocorreram algumas reuniões do Concílio, foi construída em estilo românico no século XIII, após três séculos de construção.E linda!

No centro da praça está a Fontana del Nettuno, de 1769. A divindade greco-romana aparece no alto, rodeada na parte inferior por figuras mitológicas menores.

Piazza del Duomo

Nas casas ao redor da Piazza del Duomo estão lindos afrescos do século XV, que têm por tema os meses do ano. É difícil escolher o mais bonito!

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Em Trento ficamos hospedados no B&B Doss Trento (www.dosstrento.it), onde fomos recepcionados por uma senhora muito simpática. Ficamos conversando sobre a cidade e sua historia por um tempo e ela nos contou também que por estar hospedados no seu hotel  –  participante do projeto visite Trentino  podíamos receber gratuitamente um cartão Trentino Guest Card  este cartão permite fazer pleno uso da rede de transportes públicos (inclusive trens) integrados de Tirol do Sul em um, 3 ou 7 dias consecutivos. E mais, é possível levar a bicicleta. Atenção: os trens regionais estão equipados apenas para o transporte de 15 a 18 bicicletas e os horários são específicos. Com o cartão também é possível visitar gratuitamente museus e castelos. Veja no site (https://www.visittrentino.it ) quais os hotéis participantes, foi uma agradável surpresa e uma boa economia. Na oficina de turista o cartão custa 40 Euros.

Ganhamos o cartão e uma grande duvida. Faríamos o próximo trecho de trem????? Sabíamos que a opção faria com que perdêssemos um trecho muito lindo e algumas boas subidas, mas em compensação teríamos um dia a mais em Veneza.

Decidimos explorar a região de trem.

11ª  Etapa: uma alternativa – Um percurso de Trem

 TRENTO  a TREVISO

Foi difícil deixar Trento, a cidade é encantadora.

Seguimos do hotel direto para a estação de trem. Lá iriamos verificar a disponibilidade de vagas para as nossas bicicletas – havia vagão disponível ,então seguimos para Treviso de trem .

A viagem durou um pouco mais de três horas. Da estação de trem tentamos seguir umas placas de sinalização da Oficina de Turismo, mas as placas muito confusas, fez com que pedalássemos em círculos sem resultado. Desistimos e seguimos para um bar na praça central e utilizamos a internet para encontrar um hotel. Ficamos no B&B 19 Borgo Cavour (www.designbedandbreakfast.it )

Treviso tem todos os atributos de qualquer famosa cidade histórica: é muito antiga, possui palácios, igrejas e praças belíssimas e uma atmosfera sugestiva. É banhada pelo rio Sile e seu centro é feito de pequenos canais e pontes que formam uma atmosfera romântica em qualquer estação do ano. O centro histórico é cercado por uma muralha de cerca 4 km construída em época romana. Todo o percurso da muralha pode ser percorrido de bicicleta com segurança, na faixa exclusiva para ciclistas.

A Catedral de Treviso

Piazza dei Signori

12ª Etapa :  nono dia de pedal

 TREVISO a VENEZA  61,59 Km 

Nosso ultimo dia de pedalada pela Via Claudia. Estávamos eufóricos!!!

Por tantos lugares passamos, tantas pessoas conhecemos e tantas estórias e historias aprendemos. Ainda não acreditando deixamos Treviso.

Não foi difícil encontrar a placa que sinalizava a saída.

 

O percurso foi mais uma vez, lindo. Mas as placas  de sinalização da Via Claudia Augusta deixaram de existir na região de Treviso e principalmente na região próximo a Veneza. Mas, descobrimos uma sinalização que há muito tempo nos acompanhava, só que não sabíamos se era da Via Claudia – uns adesivos pequenos e redondos, com setas indicativas indicando o caminho, sempre colado nos postes nos principais pontos de duvida, deduzimos que a  seta verde era a da Via Claudia e deu certo. Na duvida seguíamos sempre em direção das cidades indicadas no nosso guia.

Passamos por Silea,  Casier  e seguimos em direção a  Quarto d’ Altino.

E novamente as sinalizações mudaram …

Mais tarde, revendo o mapa do site oficial (www.viaclaudia.org), descobrimos por que as placas sumiram de repente: na verdade, a Via Claudia  termina, em uma localidade chamada Altino. Daí para a frente, já não está mais na Via Claudia.

A partir daqui seguimos a placa Bicitalia 4 que nos levaria até Veneza. Conferimos os mapas  e seguimos mas, em um determinado ponto da estrada  nós deveríamos cruzar a rodovia I4 e seguir por uma vicinal… 

ERRAMOS e entramos na rodovia. Incrível pois não pedalamos nem 10 minutos pela autoestrada e lá estava a Policia Rodoviária com sirene e tudo. Fomos parados , multados e escoltados ate a próxima cidade.Os policiais foram gentis.

De Musestre a Mestre pedalamos cerca de 20km orientados pelos adesivos colocados nos postes.

Apenas nas proximidades de Mestre é necessário pegar autoestradas, mas como havíamos sido multados , na duvida paramos e perguntamos a um morador local se ali era permitido pedalar. O senhor nos garantiu que sim que seriam apenas 7 km  -0 que nos tranquilizou.

Depois desse trecho já chegando em Veneza pedalamos os 4 km da ponte “della Libertá”, até a  Piazzale Roma onde estão localizados o centro informações turísticas e a estação de trem e ferry boat.

Piazzale Roma  

Na Piazzale Roma  encontramos policiais que nos alertaram que era proibido entrar na cidade de bike ate mesmo para chegar ao Hotel – o nosso ficava na Praça São Marcos. Não seria necessário a regra, pois é impossível andar pela cidade, quanto mais pedalar. MUITA gente!!!!! Entendemos perfeitamente. Deixei o Zé Marques cuidando das bikes e fui ate a centro informações turísticas . Lá a pessoa que me atendeu só de me ver com o capacete foi logo me alertando   sobre a proibição de circular de bicicleta em Veneza. Perguntei sobre estacionamento para bike , ela me sugeriu alguns de carros onde aceitaria as bikes. No estacionamento fomos bem . Tranquilos pegamos o ferry ate a Praça São Marcos onde desejávamos finalizar o nosso roteiro.

Foi assim que Veneza nos recebeu … um fim de tarde memorável!!!! E uma viagem fantástica que todos que adora pedalar ou é amante do cicloturismo deveria planejar e fazer.