NATIONAL CYCLE NETWORK, desta vez o país que escolhi para explorar de bike foi à Inglaterra, mas especificamente o interior do país.

Pedalar em outros países, à primeira vista, pode parecer complicado e trabalhoso. Acredite, é mais fácil do que pensamos! Basta ter determinação, muitos mapas na mão – já disse aqui que sou adepta aos mapas impressos então não saio sem eles -, saber um pouco de mecânica de bike, noção de primeiros socorros, ler antes sobre as normas de transito do país que vai visitar… Acha tudo isso trabalhoso?????? Não, não é – principalmente quando o retorno de tudo será uma viagem memorável.

A National Cycle Network

(muitas vezes conhecido como o NCN)

É uma série de caminhos seguros, livres de trânsito e tranquilos. Apesar do seu nome, a rede não é apenas para os ciclistas, também é popular entre os caminhantes, corredores e cavaleiros também. São rotas que passam por estradas vicinais, na zona rural e florestas. Elas vão se conectando permitindo que as pessoas vão de um lugar a outro. Ela conecta todo o Reino Unido – Irlanda do Norte, Escócia, Pais de Gales e Inglaterra. Mais do que apenas uma conexão, os caminhos são lindos, com muito verde e muito bem sinalizada.

Na realidade as ciclovias não foram criadas recentemente. São vias que já existem há muitos anos (algumas históricas), mas que eram exclusivas para pedestres ou cavalos. O que o Reino Unido fez foi simplesmente incluir a bicicleta na lista de “permitido o tráfego” e encheram de plaquinhas, tanto indicando o caminho quanto alertando o ciclista para dar prioridade a quem segue a pé.

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As rotas são numeradas e podem ser conferidas no site www.sustrans.org – a fonte mais abrangente de informações sobre ciclovias em todo o Reino Unido. Inclui o mapeamento interativo de todas as rotas NCN e outras ciclovias conhecido no país.

Outra opção e adquirir nas livrarias ou pelo site os mapas. Foi o que fiz, além de pesquisar os sites. Com os mapas em mãos, tracei minhas rotas.

Quando eu finalizei a Rota da Avenue- Verte- Paris/Londres (já publicado aqui) decidi seguir para CAMBRIDGE e fazer um curso rápido de inglês. Lá fiquei hospedada em casa de família, mas uma boa ideia é o Hostal da rede YHA (www.yha.org.uk), são excelentes baratos e bem localizados.

CAMBRIDGE

A cidade gira em torno da sua universidade, a Universidade de Cambridge – formada por 31 Colleges (faculdades). O mais famoso é o King’s College. Sua arquitetura é considerada uma das mais bonitas, isso sem contar que um dos cartões postais da cidade é a King’s College Chapel, uma capela construída em estilo gótico perpendicular que dá todo um destaque único ao local.

Entre os seus alunos de destaque que passaram pelo King´s College estão Sir Isaac Newton, Charles Darwin, Oliver Cromwell, Stephen Hawking, alguns primeiros-ministros, príncipes (como por exemplo, o Príncipe Charles) e reis de diversos países do mundo, entre outros.

O interior da King´s College Chapel é realmente de tirar o fôlego, tamanha beleza e riqueza em detalhes.A Capela é um dos exemplos da arquitetura medieval inglesa.

 As pontes mais famosas “Mathematical Bridge” e a “Bridge of Sighs”.

Além dos Colleges, outras duas grandes atrações da cidade são o seu rio, o rio Cam e suas pontes.Atualmente, existem mais de 25 pontes que atravessam o rio Cam. Dentre elas, as mais famosas são a “Mathematical Bridge” e a “Bridge of Sighs”.

Construída em 1831 para permitir o fluxo de estudantes e funcionários entre o prédio New Court e o Third Court, a Ponte dos Suspiros é toda detalhada e segue uma linha arquitetônica romântica. Acredita-se também que a Ponte dos Suspiros tem seu nome por ser onde estudantes da Universidade suspiram antes de fazerem suas provas finais, pois ela fica justamente no meio do campus, fazendo a ligação entre os alojamentos e as salas de aula.

A Mathematical Bridge tem 250 anos. Fui construída em 1749 por James Essex the Younger (1722-1784) desenhada por William Etheridge (1707-1776). Foi subsequentemente reconstruída com o mesmo desenho em 1866 e 1905.

A cidade é um charme e movimentada.  Vale a pena explora-la por alguns dias.

De Cambridge fiz alguns loops antes de seguir viajando.

Minha primeira rota

Cambridge / Bottishan/ Ely /Longstanton/ Cambridge  71,7km

Esta rota segue as rotas NCN 11 e 51 através de Cambridgeshire. O percurso começa no rio Cam, em Cambridge e segue ao longo do Rio Cam e via NCN 11 antes de se juntar NCN rota 51, perto Fen Ditton.

Todo percurso é feito através de estradas rurais. O primeiro vilarejo que passei foi Bottisham e logo após Lode onde avistei lindas cottages (chalés) comuns na área rural do país. Com telhados de sapê, janelas pequenas e pilastras de madeira no seu interior, elas são muito pitorescas.

Dali o caminho me levou por um trecho muito agradável até chegar a Wicken Fen Nature.

Wicken Fen Nature, a mais antiga reserva natural da Grã-Bretanha. Foi nessa reserva que Charles Darwin coletou besouros lá na década de 1820 e na virada do século os pais da ecologia moderna e conservação, os botânicos de Cambridge Sir Harry Godwin e Dr. Arthur Tansley realizaram ali trabalhos de pesquisas. A reserva é rica em vida selvagem, especialmente invertebrados. (www.wicken.org.uk/). O lugar é lindo e merece uma parada.  

De lá segui ao longo do rio Ouse até chegar a Ely

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 Ely

Chegando   segui direto para a Catedral  –  que serviu de locação para a filmagem de Elizabeth: A Era de Ouro e Discurso do Rei. A estrutura espetacular possui elementos de estilo gótico.

 

Catedral de Ely

Sua primeira construção data do século VII e originalmente era uma abadia. Transformada através dos séculos, a nave principal com suas ogivas góticas, o octógono e a Lady’s Chapel são alguns dos elementos que compões essa verdadeira joia da arquitetura medieval.

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E como se não bastasse estar diante de tanta beleza, cheguei à catedral no horário em que ocorria uma apresentação de coral – linda e emocionante!!! Um privilegio.

Acendi uma vela e agradeci aos céus.

Sai da catedral com a alma lavada e fui explorar a cidade. Para minha surpresa (novamente) acontecia nos gramados da praça uma apresentação de uma orquestra sinfônica. Foi sentar, ouvir e agradecer.

Deixei Ely com uma sensação ótima  e retornei a Cambridge.

2ª parte clique aqui