CICLOVIA DO LAGO CONSTANÇA

 O lago

 

Lago de Constança (Bondensee em alemão) está aos pés dos Alpes na Europa e faz fronteira entre Suíça, Alemanha e Áustria. Fica entre as cidades de Konstanz (Alemanha), Bregenz (Áustria), Stein am Rheim e Schaffjausen (Suíça), passando por Friedrichshafen, Uberlingersee e outras tantas cidadezinhas e vilas as margens do lago.

Este lago mede aproximadamente 15 km no seu trecho mais largo, e tem 75 km de extensão. Divide-se em três zonas: Übersee (lago superior), a maior porção. Fica entre as cidades de Konstanz, a maior cidade do lago, Bregenz (Áustria) e entre Friedrichshafen e Arbor; Überlingersee, a área entre a maravilhosa ilha de Mainau, Überlingen e vai até Uhldingen) ; e o Untersee inclui a Ilha de Reichenau, Radolfzell, a Península de Höri e também na Suíça : Stein am Rhein e Schaffhausen com as cataratas do Reno.

O lago é conhecido por suas cidadezinhas charmosas que ficam às suas margens, sua grande oferta cultural e sua paisagem deslumbrante, composta pelos Alpes, pelas águas cristalinas do lago.

A Ciclovia do Lago Constança

Essa ciclovia de longa distância, leva os ciclistas pela Alemanha, Áustria e Suíça, tem aproximadamente 273 quilômetros de extensão.  Em contraste com muitas outras ciclovias, não há trechos excessivamente longos que conduzem à natureza, mas segue por muitas cidades interessantes. Portanto, é possível planejar estágios mais curtos (30 a 50 km) do que o habitual. E explorar as cidadezinhas, muitas delas medievais.

A ciclovia segue ao longo do lago, próximo a sua costa e por todas as comunidades à sua beira. Mas, entre Constance-Wallhausen e Bodman, ela continua por uma ciclovia ao lado de uma estrada, que segue ao alto da península de Bodanrück. Nesse trecho alguns ciclistas escolhem a rota alternativa — Radolfzell-Stahringen-Ludwigshafen, que liga o Baixo Lago de Constança ao Lago Überlingen. Existem várias rotas que podem ser usadas para atravessar o Delta do Reno; no entanto, elas não o levarão ao longo do lago. Embora não seja estritamente uma parte da ciclovia do Lago Constança, a rota ao longo do Alto Reno até as Cataratas do Reno é muito popular.

Na Suíça, principalmente em cidades e vilarejos, também existem trechos curtos nos quais a ciclovia percorre uma pista separada na estrada. A ciclovia do Lago Constança é menos agradável pelos aproximadamente 5 quilômetros entre Fischbach e Friedrichshafen. Enquanto usa um caminho separado, corre ao longo de uma estrada principal com muito movimento e barulho. 

A sinalização

O logotipo oficial da ciclovia do Lago Constança é o mesmo nos três países – Alemanha, Áustria e Suíça – e mostra um ciclista com uma roda traseira azul. A qualidade e a visibilidade dos sinais da ciclovia variam consideravelmente. Na Alemanha, algumas das sinalizações são facilmente ignoradas em alguns lugares e você pode sair da ciclovia. 

No curto trecho da ciclovia do Lago Constança, na Áustria, a sinalização é mais escassa e é onde a maioria das pessoas podem se perder.
Para compensar isso, a sinalização na Suíça é praticamente perfeita. Aqui, os sinais são muito visíveis – sinais vermelhos com letras brancas e um grande logotipo.  Aqui, você segue a Eurovelo 15 e Rota Rhein 2, que segue o rio Reno de Andermann, na Suíça central, até a Basiléia e o trecho de Rheineck a Stein am Rhein é exatamente a mesma da ciclovia do Lago Constança. É precisa ter um pouco de cuidado quando se aproximar da fronteira alemã. Aqui, pouco antes de Constança, a Eurovelo15 segue além  da fronteira. 

Os Mapas e informações sobre a Ciclovia

Apesar de ser uma ciclovia muito bem sinalizada, é muito importante ter um bom mapa da rota. Eles podem ser adquiridos facilmente em Constança. Os meus eu comprei pela internet (www.amazon.com) na fase de planejamento da viagem – antes de ir – Gosto muito de estudar os mapas antes de um percorrer uma rota.

Também estão disponíveis informações sobre a ciclovia no site –

https://www.cycling-lake-constance.com/lake-constance 

https://www.bodensee-radweg.de/etappen/

Alojamento ao longo da Ciclovia do Lago Constança

O Lago Constança oferece muitos tipos diferentes de acomodação. As cidades maiores têm albergues da juventude, acampamentos e hotéis para quase todo orçamento. Vale a pena consultar esse site  https://pt.albergues.com/Europa

 A Bike

Desta vez optei em alugar a bike. Em uma pesquisa na internet encontrei o site  http://www.kultur-raedle.de/ . Entrei em contato por e-mail com Ralf, com bastante antecedência para contratar duas bicicletas. Quando chegamos lá elas já estavam preparadas e com alforjes de alta qualidade. Os capacetes nós sempre levamos os nossos.

Ralph e seus colegas foram extremamente amigáveis e prestativos. Eles nos deram dicas valiosos na escolha de rota, principalmente sobre os lugares que não deveríamos deixar de conhecer e explorar.

Como chegar

Meu voo partiu de São Paulo com destino a Zurique (após uma pesquisa e análise na relação custo/benefício foi a melhor opção). Outra possibilidade é um voo até a cidade de Munique.

Constança está a apenas 70km de Zurique. Então de lá segui de trem ( https://www.bahn.de ). O tempo de viagem foi de 1:15hs e o custo foi de 14 Euros. É possível também ir de ônibus (1hs de duração e pela Empresa FlixBus (https://global.flixbus.com/  o custo é de 5,99Euros .

 Ponto de partida

Constança (Konstanz)

 Constança (Konstanz) é a principal cidade nos arredores do lago. Mesmo não sendo uma grande cidade, seu centro histórico é repleto de casarões com coloridas fachadas tombadas pelo patrimônio público. Hoje é uma cidade universitária. A incrível Basílica Românica-Gótica, merece uma visita. É maravilhosa.

O porto é um dos principais atrativos, nele ficam atracados belos navios e iates Áustria e da Suíça. E é lá que se encontra o marco da cidade, a Imperia.

Com nove metros de altura, a estátua de pedra e concreto é uma referência do conto “La Belle Imperia”, de Balzac, uma sátira a moral do clero. Ela foi construída durante o período do Concílio de Constança que ocorreu de 1414 a 1418, o qual tinha como objetivo reunificar a Igreja Católica e acabar os hereges, além de acabar com a rivalidade entre os três papas da época.  Hoje, a Imperia é o maior símbolo de Constança.

Ficamos na cidade por dois dias e foi possível explorá-la com calma.

1º dia –   Constança / Uberlingen   20km

Constança – Ilha Mainau – Dingelsdorf – Langenrain – Bodman-Ludwigshafen – Sipplingen – Überlingen

Logo pela manhã deixamos o hotel, nosso percurso hoje seria curto. Tínhamos plano de explorar a Ilha de Mainau a apenas 7 km de Constança (lugar exigia tempo).  A ilha abriga um castelo e uma igreja cercada por um paraíso de flores e plantas de vários tipos.

Deixamos a cidade e seguimos pela ciclovia que corre ao longo do lago em direção à ilha de Mainau.

Foi um percurso muito tranquilo. Ao chegar deixamos as bicicletas em um estacionamento próprio para elas, em frente à ilha.

A Ilha Mainau tem acesso fechado. É necessário comprar o ticket de entrada na bilheteria. Foi o que fizemos. Este ticket também pode ser comprado antecipado (online). O custo foi de 24 Euros por pessoa.

A Ilha

A ilha é muito bem sinalizada, com placas indicativas por todos os lados. Na entrada é oferecido gratuitamente, um mapa bem completo com todos os pontos de interesse do local. O mapa ajudou muito nosso planejamento por lá.

Exploramos o lugar com calma e absorvendo tudo o que a ilha tinha para nos oferecer.

Deixamos Mainau e seguimos em direção noroeste.

Passamos por Litzelstetten, Dingelsdorf e Wallhausen sempre nas margens do Überlinger See.  Dingelsdorf e Wallhausen estão situados no sopé da península de Bodanrück. A vista é sensacional: as áreas à beira-mar e as montanhas parecem se fundir em um êxtase da natureza.

Em Wallhausen decidimos atravessar para a costa norte de balsa ( http://personenschifffahrt-bodensee.de/ )  e seguir pedalando até chegar  em Überlingen . A balsa é confortável, o tempo de viagem é de apenas 15 minutos. O custo da travessia é de 11 Euros e inclui a bike.

Chegamos a Uberlingen, uma cidade encantadora; conhecida como a cidade-jardim do Lago Constança.

A antiga fortificação da cidade forma um cinturão verde ao redor da cidade velha e contribui significativamente para a atmosfera agradável da cidade. A Cidade Velha é caracterizada por casas históricas, a impressionante Catedral de São Nicolau e a imponente prefeitura com sua arquitetura gótica. 

Exploramos um pouco a pequena cidade e seguimos para o hotel.

2º dia – Uberlingen / Friedrichshafen 38,59km

Überlingen – Nussdorf – Uhldingen-Mühlhofen – Meersburg – Immenstaad – Friedrichshafen

Uberlingen (Alemanha)

Uberlingen (Alemanha)

 Hoje no percurso haveria várias paradas interessantes para explorar, portanto logo pela manhã deixamos a cidade. Atravessamos a cidade velha até chegarmos à avenida principal, dali seguimos pedalando ao longo do lago. Um trecho muito agradável.

A ciclovia continua e apenas 7 quilômetros depois já estamos em Uhldingen-Mühlhofen, nossa primeira parada e um dos pontos turísticos mais populares nas margens do Lago Constança.

A cidade é conhecida por seu museu — Museu das Palafitas ou O Pfahlbauten Museum um dos primeiros espaços culturais ao ar livre da Europa e faz parte do Patrimônio da Humanidade da UNESCO.

Fundado em 1922, ele nos leva a uma viagem de até 5000 anos A.C. Na Idade da Pedra e do Bronze. São 23 casinhas de palafitas sob o lago, ligadas por passarelas de madeira, cada casa com um cenário diferente de como era a vida na época: como viviam, o que vestiam, os artesanatos que faziam, qual era o comércio, o que comiam. Uma bela oportunidade conhecer um pouco da história da humanidade.

Museu das Palafitas

Após visitarmos o museu, seguimos pedalando, sempre ao longo do lago em direção a Meersburg, continuamos por uma a estrada e depois mudamos para uma trilha e logo retomamos a ciclovia. Todo o percurso oferece uma vista maravilhosa do lago e das balsas de travessia entre Meersburg e Constance.

Depois de alguns quilômetros ao longo de uma das mais belas praias naturais do Lago Constança, a histórica cidade já pode ser vista. Meersburg é uma cidade pequena, charmosa com um forte e dois castelos – o antigo e o novo castelo. Suas casas em estilo enxaimel, encantam. Fizemos uma pausa para o almoço. A seguir continuamos em direção a Friedrichshafen, nosso destino final para o dia.

De Meersburger seguimos pedalando ao longo da orla, em direção a Hagnau. Passamos por uma bela região com muitos vinhedos, tanto quanto os olhos podiam ver. 

Hagnau, é uma vila famosa por sua produção de vinho. 

Logo após o píer de Hagnau, a ciclovia, passa próxima a cooperativa dos viticultores e, continua até Schloss Kirchberg (um castelo), e segue ao longo de uma estrada federal até a cidade de lmmenstaad.

Infelizmente, depois de lmmenstaad, seguimos por um trecho nada bonito com grandes industrias, ao longo de uma estrada movimentada até chegarmos à cidade de Friedrichshafen, nossa parada de hoje.

Friedrichshafen 

é uma das mais bonitas cidades do Lago Constança. Tem um castelo, de propriedade dos duques da região, não é aberto ao público. É famosa no mundo por sediar a sede do Zeppelin. Em uma aldeia próxima de Manzellde, em um subúrbio industrial, o conde Ferdinand von Zeppelin montou o primeiro dirigível em um galpão flutuante que foi criado ali em 2 de julho de 1900 pela primeira vez. 

3º dia – Friedrichshafen / Lindau – 46,40 km

Friedrichshafen – Eriskirch – Langenargen – Nonnenhorn – Wasserburg – Lindau

No dia anterior, quando chegamos a Friedrichshafen, o Museu Zeppelin estava fechado. Então decidimos retardar nossa saída da cidade e esperar o Museu abrir. Foi uma ótima decisão. Valeu a pena conhecer o museu e conhecer mais sobre a História do conde Ferdinand von Zeppelin.

Do museu foi fácil voltar à ciclovia foi só permanecer na avenida principal e, assim, mais uma vez alcançar a placas oficiais da ciclovia.

Depois seguimos pedalando através de uma belíssima reserva natural — Eriskircher Ried. Após alguns quilômetros atravessamos uma ponte de madeira sobre o rio Schussen de Ravensburg, e continuamos em direção a Langenargen.

A localização única em um promontório que se projeta diretamente no Lago Constança dá a Langenargen seu slogan: Cidade ensolarada no Lago Constança. O estilo mediterrâneo da pitoresca cidadezinha à beira do lago é encantador.

Depois de passarmos por Langenargen, 

seguimos em direção a Kressbronn. Fizemos uma pequena parada na marina de Kressbronn e nos maravilhamos com os iates e barcos à vela. 

Seguimos pedalando, atravessamos a pequena cidade Nonnenhorn e finalmente saímos da cidade por uma estrada — Wasserburger Straße. Depois passamos por um trecho de cascalho no meio de uma floresta na Reserva Natural (Malerwinkel), que nos levou até Wasserburg.

Apenas a três quilômetros de Wasserburg, chegamos a última cidade do Lago Constança, em território alemão — Lindau.

A visão mais famosa e o símbolo da cidade é a entrada do porto de Lindau. Lá a imensa estátua do Leão da Baviera (6 metros de altura) símbolo de força e orgulho, nos esperava. 

Nosso hotel estava localizado na cidade velha de Lindau, que fica na ilha de Lindau, a segunda maior ilha do Lago Constança . Depois de uma pequena pausa no hotel, saímos para explorar a bela cidade velha de Lindau.

Depois de um passeio pelas pequenas e sinuosas ruas da cidade, paramos em um dos muitos restaurantes antes de cair na cama exaustos após mais um dia fantástico!

4º dia Lindau / Bregenz (Áustria) 15,76 km

 Lindau – Bregenz

Mas uma vez optamos por deixar o hotel bem cedo. Tínhamos plano de explorar um pouco mais a ilha de Lindau — estava difícil deixá-la para trás. 

Subimos os 139 degraus do farol e desfrutamos de uma vista panorâmica de tirar o fôlego .

Também a ideia era estar na cidade de Bregenz, em tempo de pegar o teleférico de vidro até Pfänder e voltar para o vale por uma das rotas da montanha mais alta do Lago Constança. Havia lido a respeito e conhecer o local era imperdível.

Deixamos a cidade velha e voltamos ao continente através de uma movimentada ponte rodoviária. Foi necessário muita de cautela.

Logo retornamos a ciclovia, e seguimos entre a estrada principal e a linha férrea de um lado e a margem do lago do outro, a trecho circunda a baía larga e sinuosa em direção a Bregenz. Seguimos pedalando até atravessarmos uma ponte (Leiblach), nem percebemos que estávamos na fronteira da Áustria.

Um pouco mais adiante, passamos pela pequena comunidade de Lochau, apenas quatro quilômetros de Bregenz.

Chegamos e seguimos direto para o Teleférico Pfänder – Pfänderbahn

( https://www.pfaenderbahn.at/de/ ). Na entrada adquirimos nossos tickets (13,60 euros – ida e volta). Não esperamos muito, pois as viagens acontecem a cada 30 minutos. Foi preciso pouco tempo para chegarmos ao topo da montanha Pfänder com 1064 metros de altura. O Pfänderbahn transporta bicicletas.

Lá, o visual é impressionante: de um lado vista panorâmica para o Bodensee (lago de Constança), do outro vista para um belíssimo vale. Do lado da estação do teleférico há um restaurante rústico com um terraço. Foi ali que almoçamos e apreciamos uma vista única com a mais bela vista panorâmica do Lago Constança.

5º dia Bregenz/ Arbon -50,15 km

Bregenz – Hard – Fußach – Gaißau – Rheineck – Rorschach – Arbon

Deixamos Bregenz, logo pela manhã, por uma ciclovia agradavelmente tranquila ao longo da margem do lago. Continuamos em direção à fronteira com a Suíça antes de cruzar o rio Bregenzer Ach em solo austríaco e alguns quilômetros adiante em Hard o rio The Rhine, os quais fluem para o Lago Constança.

A estrada segue ao longo do canal Dornbirner Ach e, finalmente, ao longo do rio Reno até a vila de Fussach.

Deixamos a pela pequena vila para trás e continuamos em direção Rohrspitz.

Ao longo do Rio Reno, paralelo à uma movimentada ponte rodoviária, continuamos pedalando por uma passarela para pedestres e ciclistas até chegarmos a Suíça.

A primeira cidade suíça do outro lado da fronteira é Rheineck.

A ciclovia oficial não leva a Rheineck, mas é possível seguir até a cidade através de uma passagem subterrânea na estação de trem. Foi o que fizemos, uma parada rápida e o tempo suficiente para comprar frutas. As frentes de casas barrocas de vários andares, típicas da Suíça Oriental  , são lindas.

Voltamos para a ciclovia e continuamos por trecho não pavimentada, entre as florestas e a estrada em direção ao Lago Constança.

Alguns quilômetros depois de cruzar a fronteira, o caminho se afasta do braço antigo do Reno e passa pela vila Altenrhein.

Da vila, seguimos até chegarmos a uma estrada movimentada, uma ciclovia nos levou em direção ao centro da cidade, de Rorschach. Não ficamos muito impressionados com a cidade — um centro urbano e barulhento. Após a chegada, demos uma olhada pela cidade, procurando um lugar para comer, mas não encontramos nenhum lugar adequado. E, além dos atrativos parques à beira do lago, havia pouco para ver.

Deixamos a cidade e continuamos pedalando até Arbon, nosso destino final do dia.

A cidade de Arbon é uma bonita cidade antiga, com muitas casas em enxaimel.

6º dia – Arbon /Ermatigen 46,57 km

Arbon – Romanshorn – Uttwil – Güttingen – Münsterlingen – Kreuzlingen – Ermatigen

Em grande parte do percurso, nós desfrutamos do sol e céu azul, com visões que variavam de bonito a aquela paisagem de tirar o folego. Hoje o dia seguia lindo. Logo deixamos Ardon, e continuamos pedalando até a Romanshorn o maior e mais importante porto suíço do Lago Constança e a ponte da conexão de ferry para Friedrichshafen, para aqueles que querem atravessar ali.

Por parques à beira do lago, continuamos em direção a Kreuzlingen, passando por Uttwil, Kesswil e Güttingen pequenas aldeias piscatórias e agrícolas  característicos da região.

Após Güttingen, ciclovia muda para o lado sul, à esquerda de uma linha ferroviária até chegarmos em Münsterlingen, onde a ciclovia do Lago Constança muda e permanece na margem do lago até Kreuzlingen.

Em Kreuzlingen, atravessamos a fronteira novamente e deixamos a Suíça para trás.

O passeio ao redor do lago, para aqueles que querem apenas contornar o Obersee (“Upper Lake”) a Ciclovia do Lago de Constança termina aqui ou no porto, em Constança. Mas o nosso plano era seguir pedalando até Stein am Rhein e Radolfzell. Então continuamos até Ermatigen.

 

Ermatigen : nosso destino final do dia

Uma antiga vila de pesca, agricultura e viticultura. A pequena vila com suas casas em enxaimel e mansões do século XVII ao XIX é encantadora.

7º dia – Ermatigen/Shaffhausen 51,29 km

Ermatingen – Salenstein  Mannenbach – Berlingen – Steckborn – Mammer – Eschenz – Stein am Rhein – Diessenhofen – Shaffhausen

Deixamos Ermatingen pedalando ao longo de uma linha ferroviária e da estrada principal. Passamos por Mannenbach-Salenstein em uma estreita faixa de terra entre a linha ferroviária e a margem do lago.

A ciclovia do Lago Constança permanece intocada ao longo do lago até Berlingen. Sem alterar a direção da ciclovia, a rota segue entre as linhas ferroviária até Steckborn.

No percurso , encontramos essa barraca que oferecia suco de maça geladinho. Só se servir e deixar moedas em um recipiente ao lado.  Isso é muito comum nas ciclovias da Europa.

Depois de Steckborn seguimos em direção a Stein am Rhein. A pequena cidade medieval parece um livro de figuras. Pequenas e grandes casas em enxaimel pintadas de cores vibrantes estão alinhadas nas ruas estreitas. O imponente castelo Hohenklingen se ergue sobre a vila.  

Depois de explorar a cidade, continuamos ao longo do Reno, que marca a fronteira entre a Alemanha e a Suíça. Alguns quilômetros depois chegamos em Schaffhausen. Distante dali apenas cinco quilômetros, estava a Cataratas do Reno ou Rheinfalls.  São uma das maiores cachoeiras da Europa! Decidimos não para em Schaffhausen e seguir até Rheinfalls.

Rheinfalls

As cataratas do Reno ficam dentro de uma espécie de parque, mais ou menos no estilo das Cataratas do Iguaçu, mas existe a possibilidade de chegar até um mirante para ver as cataratas de graça. Porém ao pagar CHF 5 (cerca de 26 reais) temos a entrada liberada para outros mirantes e um museu. Optamos por pagar e, valeu à pena.

Caminhamos entre os mirantes e tiramos fotos de vários ângulos, além de sentir bem de perto a força com que a água é jorrada. Fizemos um passeio de barco e chegamos muito perto da água barulhenta, uma experiência impressionante! 

Explorando o lugar descobrimos que lá havia um Hostel com camas a partir de 30 francos suíços em quartos coletivos.  O Hostel (Dachsen am Rheinfall Youth Hostel) fica no interior das muralhas do Castelo Laufen, uma construção de mais de 1000 anos!

Não tivemos duvidas decidimos dormir ali, afinal não é sempre que temos a oportunidade de dormir em um lugar tão antigo. O fato de ser um quarto coletivo e as camas grudadas umas na outro não nos assustou. A noite jantamos em restaurante dentro das muralhas com vista para as cataratas. Foi especial!!!

8º dia Rheinfalls /Shaffhausen/ Radolfzeel 54,04km

Shaffhausen – Öhningen – Wangen – Gaienhofen – Moos – Radolfzell

 Na manhã seguintes deixamos Rheinfalls e voltamos a Schaffhausen (fronteira com a Alemanha). Fizemos uma parada para explorar a cidade e seguimos ao longo do Rio Reno.

Schaffhausen

Alguns quilômetros depois deixamos o rio Reno e a ciclovia seguiu ao longo da península de Höri. A localização única da península atraiu inúmeros artistas e escritores em busca de inspiração.

 

No início do século XX escritores como Hermann Hesse e Finckh cansados ​​da civilização, foram viver ali, a região também se tornou um refúgio para artistas perseguidos após 1933. Realmente a beleza da paisagem, fascina.

Um pouco confusa, mas bem marcada, a ciclovia corre perto do porto na cidade de Moos.

Sem entrar na cidade, seguimos na beira da zona de junco e, finalmente, continuamos por uma estrada rural para Radolfzell. Através de pomares, campos de hortaliças, pedalamos confortavelmente até chegar ao destino do dia — Radolfzell.

Radolfzell não é apenas a maior cidade do Untersee, mas também uma das cidades mais antigas do sul da Alemanha.

Sua fundação remonta a uma cela do bispo de Verona Ratoldus em 826. Alguns anos depois, a pequena igreja foi equipada com relíquias dos mártires Theopontus e Senesius e St. Zenão e, posteriormente, rapidamente se tornou um local popular de peregrinação.

9º dia – Radolfzeel / Reichenau 37,23 km

 Radolfzell – Markelfingen – Allensbach-Reichenau – Reichenau

Logo pela manhã deixamos Radolfzeel, o objetivo de hoje era visitar a terceira ilha do percurso — Ilha Reichenau (na Suiça). As outras duas foram a Ilha Mainau e a Ilha Lindau. Enquanto Mainau é o paraíso das flores, Reichenau é o das verduras. Mas não é por isso que a ilha está na lista dos Patrimônios Mundiais da Unesco: na Idade Média, Reichenau era um dos centros intelectuais do Ocidente.

Da estação ferroviária de Radolfzell, a ciclovia permanece ao lado dos trilhos ferroviários por alguns quilômetros, passando depois por campos, pomares e acampamentos até chegarmos à cidade Allensbach.

Depois de Allensbach seguimos por uma estrada rodoviário (B33), até chegarmos a um grande viaduto. Logo após o viaduto, uma nova ciclovia nos levou até Reichenau.

Na ilha está o Mosteiro Beneditino, fundado em 724 e secularizado em 1799, ele foi o principal foco artístico e literário durante os séculos IX-XI. Em 2000 o mosteiro foi considerado Património Mundial da Humanidade. Valeu muito a visita.

Outra coisa interessante na ilha e a quantidade de plantações de verduras — daí   o fato ser conhecida como a Ilha dos legumes.  O cultivo de frutas e vegetais de alta qualidade é uma tradição desde que os beneditinos chegaram e construíram uma abadia há 1.200 anos atrás.

10º dia Reichenau/ Ludwigshafen 65,41 km

 Reichenau – Wallhausen, Liggeringen – Bodman – Bodman Ludwigshafen

Logo pela manhã deixamos a ilha e voltamos para o continente. O plano ainda não era voltar para a cidade de Constança, distante apenas a 10 quilômetros. Mas voltar em direção a Wallhausen, onde no primeiro dia de viagem atravessamos de balsa para Ubelingen.  E ao fazer esse percurso de balsa deixamos de chegar até Ludwiggshafen.

 

Pedalamos pelas colinas de Bodanrück por Wallhausen, Liggeringen e Bodman. Foi o trecho mais difícil, por um lado, devido ao perfil de altitude que segue ao longo da cordilheira de Bodanrück e também porque o próprio percurso é um pouco mais complicado.  De Liggeringen a Bodman, seguimos por pequenas estradas rurais, deixando a ciclovia. Por várias vezes nos confundimos e erramos o caminho.

Logo após Bodmam, percorremos um trecho através da reserva natural Bodenseeufer. Logo chegamos à cidade de Ludwigshafen, um destino que vale a pena: urbana, mas também verde, historicamente interessante e com um charme especial.

11º dia Ludwigshafen/ Constança 33,56

Bodman Ludwigshafen – Constança

 

Hoje finalmente terminaríamos nossa jornada. Havíamos contornado o lago Constança e as duas partes conectadas, o Untersee (lago inferior) e o Obersee (lago superior)

Nesses dias todos, tivemos a oportunidade de conhecer e amar muitos belos recantos do Lago Constança. E isso nos dava uma sensação muito agradável. Deixamos a cidade e seguimos até Uberlinger, distante apenas 12 quilômetros. E assim fizemos literalmente todo o contorno do lago — as quatro partes: Obersee, Überlinger, Zeller e Unter.

Em Uberlinger pegamos a balsa para Wallhausen atravessamos o lago e seguimos finalmente para o nosso ponto de partida a cidade de Constança.

A ciclovia segue agradável e plana. Encontramos vários ciclistas, assim como nos dias anteriores. Sempre casais mais velhos e as vezes família com crianças.

Ao final de doze dias e 467 quilômetros percorridos — sempre entramos em cidades pequenas e acabamos aumentando bastante o percurso, chegamos ao nosso ponto de partida.

Percorrer a Ciclovia do Lago de Constança tinha sido fácil: seguimos as placas e nosso mapa. Cruzando as fronteiras, as saudações mudaram de “Guten Tag!” na Alemanha para o austríaco “Grüss Gott!”  e o suíço “Grüezi!”. Os encontros ocasionais com ciclistas de todos os lugares e a convivência com os locais (mesmo que pequena) foram memoráveis.