Cycle Tour 364

A Rota

Cycle Tour 364 foi  Criada pela Cape Cycle Routes.  Um circuito de 123 km em torno da península da Cidade do Cabo. Começa na histórica V&A Waterfront até Cape Point com vistas espetaculares de montanhas e do mar.

O número 364 é o número de dias em que a rota está aberta ao público, pois o 365º dia – o segundo domingo de cada março – é quando mais de 35.000 pessoas de todo o mundo participam da maior corrida de bicicleta cronometrada do mundo, o Cidade do Cabo Cycle Tour

O percurso passa pela Reserva Natural de Cape Point e  pela fascinante Chapman’s Peak .

Depois percorre o vale de Noordhoek, passa pela vila naval de Simon’s Town e segue até o topo da Main Road (na Baia de  Smitswinkel).

Ao longo do caminho, há muitas oportunidades para parar e experimentar a rica cultura do Cabo, desde os mercados locais e “cafés amigos de ciclistas” até pitorescas vilas à beira-mar.

A cidade de Cape Town ou Cidade do Cabo

Table Mountain majestosa, dominando o horizonte de qualquer lugar que você olhe. Essa montanha chata tem mais de mil metros de altura se alonga por mais de 3km.

Mapa da Cycle Tour 364

Como não há sinalização específica para esta rota, é importante que se familiarize com o percurso antes. Eu costumo levar comigo sempre cópia impressa da rota, pois sempre existe há possibilidade de ficar sem a energia da bateria ou o GPS.

É possível encontrar os mapas nos sites – https://bicyclesouth.co.za/listings/cycle-tour-364/ ou fazer o download da rota GPS no site Cape Cycle Routes –  https://www.capecycleroutes.co.za/route

A bike  

Eu aluguei nossas bikes. Dessa vez eu tive a companhia do meu querido e eterno companheiro ( Zé Marques). Que sempre que pode me acompanha nas minhas pedaladas pelo mundo   e quando não pode , me dá o maior apoio.

Antes de sair do Brasil fiz uma busca na internet e entrei em contato com https://mtbbiketours.co.za/ .

O incômodo na bike : elas não possuíam bagageiros. O que fez com que pedalássemos de mochila. Para mim um tremendo desconforto.

Toda nossa conversa foi com o Ryno e via e-mail. Quando chegamos  em Cape Town ele nos entregou a bike no hotel no dia e hora combinados. Não tivemos nenhum problema.  Ryno foi bastante prestativo e nos orientou sobre o percurso e os cuidados necessários.

Segundo ele, embora essa rota seja bem usada pelos ciclistas locais, há etapas (à medida que você vai em direção a Cape Point) que são muito isoladas e justamente por isso nenhum suporte é possível, portanto, é importante ter  noção em manutenção de bicicletas.

São estradas sem ciclovias e com tráfego de veículos.  Então, é importante pedalar com responsabilidade e manter-se alerta, especialmente na Chapman’s Peak Drive e nas etapas onde a estrada é estreita (por exemplo, entre Bantry Bay e Clifton) Verificar as condições da estrada com antecedência, é também  uma medida de segurança. Eu sempre faço isso, pois elas podem mudar com frequência devido ao clima ou a obras na estrada.  Outra medida de segurança importante é  usar lanternas para tornar a bicicleta mais visível e roupas claras.

 1ª – ETAPA- CAPE TOWN A HOUT BAY

Logo pela manhã deixamos o Victoria & Alfred Waterfront, ou V&A, ou simplesmente Waterfront. O nome vem da Rainha Victoria   da Inglaterra e de seu filho Alfred (e não de seu marido Albert, com muitos pensam quando leem a abreviação – V&A Waterfront), que em 1860 iniciou a construção do primeiro quebra-mar na turbulenta Table Bay.

O ponto de partida : V&A Waterfront

É esse o ponto de partida de partida da Cycle Tour 364 (e também o lugar mais visitado em cape Town).

Ao sair do V&A Waterfront, seguimos até o Moullie Point, conhecido por seus elegantes restaurantes de peixe com pátios à beira-mar. Dali seguimos pela Sea Point Promenade, que margeia o oceano, passando pelo farol de Green Point, e pelo Green Point Park. Foi uma parada rápida.

No Sea Point Pavilion, voltamos para a estrada – Rodovia Victoria -, uma rota cênica das mais lindas da África do Sul – a Victoria Road vai do Sea Point até Hout Bay.

A partir do Sea Point a estrada ficou consideravelmente estreita e exigiu muito cuidado. Passamos por  Bantry Bay, Clifton e Camps Bay, com suas praias lindas e restaurantes charmosos.

Em Campas Bay a estrada mais larga, não exigiu tanta atenção.

Camps Bay

Logo depois chegamos em Bakoven de onde é possível apreciar as vistas espetaculares das montanhas, mar e cidade. Outra parada foi na praia Oudekraal com de areia branca e vista deslumbrante.  

Twelve Apostles, – nome dado a essa formação rochosa da Table Mountain.

De volta à estrada, seguimos ao lado dos Doze Apóstolos, ou Twelve Apostles, – uma formação rochosa da Table Mountain. Uma curiosidade interessante é que, apesar de a formação ter 17 picos, seu nome é “doze” apóstolos. 

Logo depois chegamos a Hout Bay

Hout Bay

um vilarejo que desde a década de 1940, é um importante centro de pesca (principalmente lagosta). Paramos no Clay Café Hout Bay e pedimos referência sobre hospedagem. Nos foi indicado o Chapman’s Peak Hotel. Um hotel muito acolhedor do final do século 19.

2ª ETAPA – HOUT BAY A SCARBOROUGH

O hotel onde estávamos está localizado bem próxima A Chapman’s Peak Drive estrada por onde deveriamos seguir, então não tivemos nenhuma dificuldade. Foi só seguir ao lado da praia e começar a subir este espetacular trajeto – A Chapman’s Peak Drive

A Chapman’s Peak Drive

uma estrada pedagiada – no início onde o pedágio é cobrado há uma placa um tanto curiosa  e ela diz algo como “continue por sua conta e risco”, alertando para o risco de pedras rolarem. Não é motivo de desespero. Por toda a estrada, são vistas redes de proteção na rocha. Os ciclistas viajam livremente, sem ter que pagar o pedágio.

Foto de divulgação da Rota

 

A construção começou em 1915 e levou 7 anos para ser concluída e foi aberta ao tráfego no sábado, 6 de maio de 1922. Ao longo dos anos, a estrada foi ampliada e aprimorada com alguma engenharia impressionante. Hoje, essa rota de 9 km com 114 curvas, contorna o pico de Chapman, a extensão sul de Constantia Berg, com 593 m de altura, e segue a costa rochosa para revelar vistas deslumbrantes em ambas as direções.

Ela abraça a montanha e parece ser pregada na face do penhasco enquanto contorna o topo e desce do outro lado. É uma das favoritas dos ciclistas locais, é conhecida por suas vistas deslumbrantes sobre o oceano e as montanhas, curvas preguiçosas, subidas desafiadoras e engenharia fascinante.

Há vários recuos na estrada onde é possível parar e admirar a paisagem. O principal fica junto ao Chapman’s Peak, pico que dá nome à estrada.

Mas, assim que a fantástica Chapman´s Peak drive termina da-se inicio a Noordhoek Rod. Logo depois, fizemos uma breve parada no The Village Roast. E dali seguimos sem dificuldade até Scarborough, nossa próxima parada.

Na pequena Vila está o Village Hub – Bar amigo dos ciclistas. 

Um lugar especial que foi projetado pensando nos ciclistas. Possui uma grande área de estacionamento para bicicletas, um bar com sucos, café e uma variedade de smoothies e lanches. Algumas peças de reposição e combustível energético também estão disponíveis no local.

Ali eles nos indicaram o nome de um casal – Lisa e Ivan, que ofereciam hospedagem para ciclistas. O proprietário do Village Hub entrou em contato com a Lisa e marcou nosso encontro na pequena cabana, situado entre arbustos cheios de pássaros e com vista para o deserto e para o mar. Um lugar perfeito!!!!

3ª ETAPA -SCARBOROUGH A E SIMON’S

Na manhã seguinte nos despedimos de Lisa e Ivan. Foi difícil deixar a pequena cabana; adoraria ter ficado ali alguns dias. Deixamos a Villa e seguimos pedalando pela RedHill Rd. (M66) e depois pela Scala Rd. (M4).

Um percurso tranquilo e com vistas te tirar o folego.

Assim que termina uma serie de zig-zag chegamos a uma a estrada costeira e seguimos para a cidade de Simon’s, que tem uma longa história naval, evidenciada pelas colocações de armas datadas. Esta cidade pitoresca de aparência vitoriana, é também sede da marinha sul africana.

Paramos na Jubilee Square para apreciarmos a  excelente vista do porto. Dali seguimos para o hotel onde havíamos feito reserva – A pousada  Boat House.

O restante do dia foi reservado para explorar a Boulders Beach –   uma praia de água azul, com areia branquinha e quase sem ondas e, de quebra, um lado da praia fica lotado de pinguins tomando sol.

Para preservar os pinguins, quem quer entrar até a passarela e caminhar até quase o lado deles tem que pagar uma entrada de R40 (na média de R$11), que cá entre nós vale cada centavo.

A passarela é longa e passa por um pedaço de “mata” antes de efetivamente chegar até a praia. É engraçado que logo quando aparece o primeiro pinguim, um monte de turistas ansiosos começa a sacar milhões de fotos, sem saber que poucos metros à frente, centenas e centenas de pinguins estarão preguiçosamente espalhados pela areia branquinha.

Foi um dia perfeito. De volta paramos em um restaurante e comemos a melhor lula que já experimentei.

 4ª ETAPA – SIMON’S a CAPE POINT GATE

Da cidade de Simon, seguimos novamente pela a estrada que passa por Boulders Beach. As árvores no campo de golfe dão uma boa indicação da direção do vento predominante. As vistas da baía são amplas e, ao iniciar a subida do Smitswinkel Valley, já é possível avistar o Cape Point. 

No topo dessa subida está a entrada da Reserva Natural de Cape Point, que conserva um dos seis reinos florais do mundo: os fynbos endêmicos da Península.

As bicicletas são permitidas dentro da reserva e uma permissão diária é comprada na entrada. 

Da entrada do parque até o Cabo da Boa Esperança são alguns quilômetros de maravilhosas praias desertas e vistas de cair o queixo. A cor da água também é um pouco diferente, uma mistura de tons verde-azulados bem especial!

Dentro do parque está o Cabo da Boa Esperança, onde entendemos direitinho porque o lugar já foi um dia conhecido como cabo das tormentas até ser cruzado pelo navegador português Bartolomeu Dias um pouquinho antes da descoberta do Brasil em 1488. Graças ao feito, uma das praias mais lindas do parque foi batizada como “Dias Beach”.

Continuando o passeio, tem duas formas de chegar até o alto do cabo: a pé, de forma gratuita, ou de trenzinho funicular que custa R45 ida e volta (R$12). Apesar de ser uma caminhada relativamente pequena, é bem inclinada. Como havíamos pedalado muito e ainda tínhamos que voltar, optamos pelo funicular.

Saindo do funicular,

ainda subimos alguns degraus para chegar ao alto do farol e é aí que o vento começa a soprar bem forte. Esse farol atualmente desativado foi construído em 1860 e, em 1913, substituído por um farol mais novo e mais efetivo que fica bem na pontinha da montanha. Para ter um bom ângulo do farol a melhor opção o Mirador Dias. De onde também se tem um belo panorama da montanha que tem um formato maravilhoso.

Depois de explorar seguimos pedalando para o Cabo da Boa Esperança. E claro fazer a tradicional foto ao lada da placa mais famosa da Península.

Foi uma pena, pois o tempo que tínhamos não nos permitiu mais tempo de contemplação ali. Foi incrível chegar até ali de bicicleta.

Dali voltamos para Simon’s e ficaríamos mais uma noite. A volta cheia de descida foi mais rápida. mas uma vez fomos parando e contemplamos vistas incríveis. Em uma das paradas encontramos pessoas em uma área de pic-nic. Eles estavam cozinhando e comemorando o fim do dia de trabalho. quando nos viram chegar de bike, fizeram uma festa e todos queriam saber da nossa experiencia e tirar fotos com a gente. Foi incrível!!!!!

Chegamos em Simon’s já quase escurecendo e paramos para contemplar o fim da tarde e seguimos para o hotel.

5ª – ETAPA SIMON’S a CAPE TOWN

Deixamos a cidade e seguimos em direção a Glencair, por uma estrada costeira, até chegarmos na rodovia M75 em Kalk bay. Foram 18 km pelando ao lado do mar até deixarmos a costa e seguirmos pela M40 até o centro de Cape Town (28Km). Foi um percurso que não exigiu muito. Ainda exploramos um pouco a cidade antes de retornamos no hotel de onde havíamos partido. No dia seguinte conforme combinamos encontramos o Ryno para devolver a bicicleta.

Mais uma rota para ficar na memória.