EuroVelo 15: A ciclovia do rio Reno
1.581,97 km foi a distância que percorri ao longo do rio Reno (houve vários desvios – oficialmente são 1.233 km). No geral cumpri uma média de 58 km por dia, com pico de 103 km no 13º dia.
27 Etapas: este é o número exato de dias de ciclismo efetivo que levei para realizar o percurso. Mas houve cidades em que fiquei até três dias hospedada. Considerando todas as paradas, viajei ao todo por 40 dias.
6 países: Suíça, Alemanha, França e Holanda, com trajetos curtos em Liechtenstein e Áustria, este foi o número de países por onde passei. Contemplei e explorei tudo com calma. No espaço de poucos dias, encontrei paisagens realmente diferentes que vão desde aldeias e cidades medievais nas margens do rio Reno até cidades cosmopolitas, como Ludwigshafen, Basiléia, Dussendorff, entre outras.
Na parte 1 relato todas as dicas para pedalar através da EuroVelo 15 sem preocupações. Ela poderá responder às suas perguntas de logística para percorrer a rota. Como chegar? Que bicicleta usar? O que levar nos alforjes? Como é a rota?
A parte 2 está relacionada à minha viagem. Os lugares que visitei, as cidades, as vilas e todos os momentos de liberdade que desfrutei.
O rio Reno
O Reno é um dos rios mais longos e importantes do continente. Seu vale foi palco de muitas batalhas que marcaram a história da Europa desde a época romana até a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia, ir de um lado ao outro do rio com tanta facilidade tem um grande valor simbólico em todo o território.
“O Reno combina todas as qualidades que um rio pode exibir. A rapidez do Ródano, a largura do Loire, as rochas do Mosa, a sinuosidade do Sena, a translucidez do Somme, as reminiscências históricas do Tibre, a régia dignidade do Danúbio, a influência misteriosa do Nilo, as areias douradas dos riachos brilhantes do Novo Mundo, os fantasmas de algum riacho asiático” – Victor Hugo.
A ciclovia do Reno
Também chamada de EuroVelo 15, é uma das ciclovias mais modernas do mundo, adequada para ciclistas de todos os níveis de condicionamento físico e de habilidade.
São mais de 1.233 quilômetros, passando por quatro países – Suíça, Áustria, Alemanha e Holanda –, dos Alpes suíços às praias do Mar Báltico. De paisagens alpinas a amplas vistas do mar, possui uma incrível diversidade de natureza e cultura. O Reno é o coração desta ciclovia e muda de aparência a cada quilômetro percorrido.
A rota
Começa na nascente do Reno, nos Alpes suíços em Andermatt. A trilha segue fielmente o curso do rio, inicialmente correndo apenas ao longo de uma margem e depois avançando em ambas. Os trechos na Suíça, em Liechtenstein e na França são relativamente curtos, mas nem por isso menos interessantes. Cidades importantes, como Basileia e Estrasburgo, sede da União Europeia, estão na rota.
Na Alemanha está o trecho mais longo do rio e, ao continuar para o norte, é notável a mudança gradual da paisagem e da cultura local. Grandes áreas agrícolas verdes ficam para trás e dão lugar à cidades turísticas energéticas como Mainz, Bonn, Colônia e Düsseldorf. Vários centros industriais e comerciais, como Duisburg, com um porto fluvial bem equipado, também estão no Reno.
Entre Bingen e Koblenz, o rio se estreita para formar o que é conhecido como Rhine Gorge. Neste trecho, nas margens do rio, conservam-se em ótimo estado numerosos castelos, fortalezas e palácios medievais. O particular valor paisagístico, histórico e cultural deste território é reconhecido internacionalmente, pelo que a UNESCO incluiu o Vale do Médio Reno entre os Sítios do Património Mundial.
A sinalização
A EuroVelo 15 está totalmente sinalizada em ambas as direções. O logotipo da EuroVelo 15 é acompanhado por seu identificador europeu “EuroVelo15” indicado nos painéis.
O percurso
O itinerário da EuroVelo 15 alterna trechos sem trânsito, pequenas estradas tranquilas, ciclovias e vias, especialmente onde atravessa vilas e cidades. Muito do trajeto é asfaltado, uma parte de superfícies naturais, como estradas de terra parcialmente irregulares e estreitas, e muito cascalho.
Quanto dias para percorrê-la?
Aqui, mostrarei como percorri a ciclovia do Reno em 27 etapas, desde sua nascente perto de Andermatt, na Suíça, até o delta do Reno-Meuse em Hoek van Holland, onde o rio desagua no mar. Se você tiver menos tempo e quiser pedalar mais rápido ao longo do Reno, pode simplesmente reduzir pela metade as etapas. A ciclovia do Reno é relativamente fácil de pedalar, as inclinações montanhosas são o único fator de dificuldade na Suíça.
Devido à boa infraestrutura ao longo do caminho, uma cicloviagem de vários dias no Reno é fácil de organizar. O ponto de partida em Andermatt é facilmente alcançado de trem. No destino, em Hoek van Holland, também há uma estação ferroviária, de onde é possível viajar para Rotterdam e planejar o retorno para o Brasil. Durante o percurso, seja na Suíça, na Alemanha ou na Holanda, é possível mudar para o transporte público, em trens ou balsas, caso seja necessário.
Foram tantas as cidades interessantes e pitorescas, vilas medievais, castelos e tanta beleza natural no trajeto, que optei em seguir muito devagar (Slow velo). Vale a pena reservar um tempo em seu itinerário para explorá-los. Seria um desperdiço passar por esses lugares sem conhecê-los. Ao pedalar ao longo do rio, a perspectiva é completamente diferente, podemos interagir com a população local e apreciar a comida regional.
Mas é claro que essa é apenas uma sugestão. Eu fiz a rota devagar, usufruindo ao máximo o que cada canto tinha a me oferecer. As vezes seguindo por desvios que me levavam a lugares encantadores.
Qual bicicleta levar ou alugar?
A EuroVelo 15 é uma rota relativamente plana, você realmente não precisa ter uma bicicleta top para fazer o percurso. Como sempre, há as mountain bikes e as bicicletas híbridas. Encontrei as duas ao longo do percurso e tudo parecia estar indo bem. Havia um pouco mais de híbridas na rota porque seguimos por ciclovias, onde ela se adapta bem. Eu até encontrei muitos VTCs elétricos. E vários pontos de recargas de bateria. Mas convém lembrar que há muitos trechos de cascalhos. A escolha é sua.
Na minha opinião, por ser uma rota longa e linear, é muito favorável levar a própria bicicleta nesse caso (como levar a bicicleta no avião)
O que levar no alforje
O principal objetivo é sermos leves e eficientes. Sou uma pessoa minimalista, e costumo lavar a roupa a sim que chego. Entã0 levei:
3 pares de roupas íntimas, 3 pares de meias, 2 legs (não uso a de ciclismo),3 ou 4 camisetas de manga longa (incluindo uma para dormir e se sentir bem à noite),3 camisetas de manga curta uma segunda pele, calças para chuva se necessário, um blusão impermeável (é essencial!), um par de tênis para pedalar, um par de chinelos para ficar confortável à noite e ir tomar banho no acampamento e em hostel (quem sabe vai entender).
O kit de bicicleta (ferramentas multifuncionais para bicicleta, uma boa bomba de bicicleta, capacete e luvas).
O kit de primeiros socorros e medicamentos de uso constante caso for o caso. Sempre levo creme dermatológico para micoses e remédio para sarna (sim em uma viagem percorrendo o rio Danúbio peguei uma sarna insuportável e esse remédio alguns países exige receita médica. O caso aconteceu em Bratislava.
Quando ir
O ideal é fazer essa rota entre maio e setembro. Embora você provavelmente possa ir o ano todo. Tenho como lema que a época boa é a que você pode ir. Se prepare para a data disponível e não deixe esse detalhe ser um empecilho. Eu, como sou aposentada, mãe de filhos adultos, escolho sempre viajar entre fim de abril e começo de novembro. Procuro evitar o mês de agosto por causa das férias escolares na Europa e das altas temperaturas. Essa viagem aconteceu em junho.
Atenção: o Oberalp Pass fica aberto de maio a outubro.
Acomodações
Em todos os destinos de etapa da Ciclovia do Reno, você terá várias opções de acomodação para escolher. Os alojamentos na rota são adequados para todos os orçamentos, variando de albergues da juventude da Hostelling International a B&Bs, pousadas, hostel e hotéis. E se você não se importa com o peso extra do equipamento de camping, existem muitos acampamentos oficiais.
Eu alternei entre camping e hospedagem em hotéis. Se você estiver pedalando em duas ou mais pessoas, realmente não é muito mais caro ficar em um hotel. Se você estiver pedalando sozinho, há uma diferença significativa de preço entre ficar em uma barraca ou em um hotel. Mas compensa optar por hostel, há vários e são ótimos.
Acampamento Rota do Ciclo do Reno
Acampar é bastante conveniente no Reno e existem opções variadas, desde cápsulas de glamping até montar uma barraca na natureza!
Eu particularmente não levo barracas e todos os equipamento de camping, um peso a menos na bagagem. Fico em camping, mas em estruturas alugadas pelo alojamento e com cozinha.
Na França uma opção muito interessante são os Gîtes rural (rota passa por muitas áreas rurais) – uma construção independente, casa ou apartamento, inteiramente equipada e mobiliada, com sala, quarto, banheiro e cozinha. Estes gites estão situados em território francês, fora das aglomerações urbanas e a escolha é imensa: campo, praia, montanhas. Há um site francês, parecido com a Airbnb, mas muito mais antigo – Gîtes de France! Pouco conhecido fora da França, o site é bastante utilizado pelos franceses. E vale muito a pena.
Como chegar a Andermatt
O ponto de partida é na pequena vila de Andermatt. Para chegar até lá saímos de São Paulo em um voo com destino a Zurique pela companhia aérea KLM, que não cobrou para despachar a bicicleta, minha única bagagem (como embalar a bicicleta: link). De lá seguimos de trem em uma viagem que durou aproximadamente duas horas. O custo da passagem foi 46 euros e para transportar a bicicleta foi necessário pagar mais 14 euros.
Andermatt (1444 m), o maior dos três vilarejos do vale Ursern (cantão de Uri), está no cruzamento dos passos de montanha de norte a sul e de leste a oeste.
“De todos os lugares que conheço, este é o mais estimado e mais interessante para mim”, declarou Goethe, em viagem pelo vale por três vezes em 1779.
Destaque ao redor do vilarejo
Teufelsbrücke ou Ponte do Diabo: uma das pontes mais deslumbrantes da Suíça
Do centrinho do vilarejo seguimos pedalando em direção a Ponte do Diabo (Teufelsbrücke ou Devil’s Bridge), sobre a Garganta Schöllenen. O local é espantoso. Além da ponte original (somente para pedestres e ciclistas), existem mais 2 pontes, para trens e veículos. Ao fundo da garganta, o rio Reuss corre rápido, formando quedas, num espaço confinado por imensas paredes de granito. Depois de explorar diferentes ângulos deste ambiente único, seguimos pedalando por uma estreita estrada, no outro lado do túnel, em direção a Rossmettlen. Dali, foi possível ter vistas panorâmicas de Andermatt e das montanhas em volta. Imperdível!
A nossa viagem
Etapa 1: Andermatt a Disentis (34,16 km)
De Andermatt, seguimos pedalando em direção à Oberalp Pass. Até a passagem, a 2.046 metros, superamos cerca de 600 metros de altitude. Chegar no topo não foi uma tarefa tão fácil, mas a vista do alto vale cada quilômetro de subida.
Sem contar que chegando é possível sentar-se em um dos restaurantes charmosos, tomar uma bebida e relaxar um pouco. Antes de seguir pedalando, é possível fazer um desvio de três quilômetros dali para chegar à nascente do Reno.
Nós optamos por caminhar até ela, localizada em Lai Da Tuma, um pequeno lago acima da passagem de Oberalp, que pode ser alcançado em uma caminhada de uma hora e meia a partir da passagem. Não foi tão fácil. O caminho às vezes sobe muito íngreme, sobre lajes de pedra e seixos soltos, dificultando um pouco a caminhada, que na minha opinião, se você estiver pedalando a EuroVelo 15 (Ciclovia do rio Reno), é uma necessidade absoluta.
Boa condição física e agasalho são obrigatórios, mesmo no verão há neve por lá e a temperatura cai bastante.
No topo da passagem há um belo farol vermelho no “Infocenter Rheinquelle”. Supõe-se que simboliza a confluência do Reno perto de Rotterdam no Mar do Norte.
Depois de explorar bem o local, avançamos por uma longa descida. Em parte, por curvas fechadas e em parte em linhas retas paralelas ao rio Vorderrhein (um dos dois rios nascentes do Reno) no vale.
É possível apreciar a impressionante paisagem montanhosa dos Alpes e as belas vistas de pequenas aldeias. Através do vale verde do Vorderrhein pedalamos confortavelmente até o destino do dia – Disentis.
Etapa 2: Disentis a Chur (70,87 km)
De Disentis, a rota segue por um trajeto com vistas deslumbrantes para Chur. No início, segue como no dia anterior, descendo pelo Vorderrhein Tal. Em alguns trechos o pedal avança ao longo das margens do rio, noutros por florestas esparsas e prados verdejantes. Uma pitoresca paisagem alpina segue sempre presente. Não resisto à beleza do lugar e paro muitas vezes para fotografar.
Entre Disentis e Ilanz, a rota percorre estradas de terra parcialmente irregulares e estreitas.
A partir da metade do percurso a etapa fica realmente difícil. Passamos por penhascos íngremes e pontes vertiginosamente altas. Uma delas é a antiga Versamer Tobelbrücke, uma ponte de ferro construída em 1897, com 70 metros de comprimento. Não só tem significado em termos de história da tecnologia, mas oferece uma vista espetacular do Tobel Gorge.
Do alto tivemos a oportunidade de ver o Reno serpenteando um vale em uma ravina profunda. É lindo e definitivamente vale uma pausa.
O desfiladeiro está entre Ilanz e Reichenau e é indiscutivelmente impressionante. Merece seu nome como o “Grand Canyon da Suíça”. Formações rochosas bizarras que se elevam até 400 m, causando um excepcional jogo de luz, criam uma atmosfera quase mística. A Garganta do Reno é um Patrimônio Mundial da UNESCO.
A ciclovia do Reno leva ao longo de uma bela estrada bem acima do rio, construída com ousadia no penhasco íngreme. É uma ótima sensação andar de bicicleta aqui, com sempre novas e excelentes vistas do Reno.
Na vila de Reichenau, o rio Vorderrhein encontra o rio Hinterrhein e de lá continuam como o Reno. Dali seguimos acompanhando o rio até chegar em
Chur –a cidade mais antiga da Suíça, com mais de 5.000 anos de história de colonização. Destino do dia.
Desfiladeiro Carreratobelbach, Versamer Tobelbrücke, Rheinschlucht, Kunstmuseum (museu de arte em Chur) Altstadt Chur (uma das cidades mais antigas da Suíça).
Etapa 3: Chur a Buchs (56,94 km)
De Chur, continuamos pedalando ao longo do Reno, que nos levou por um vale cada vez maior. As vistas misturam-se entre paisagens abertas e alpinas. Após os primeiros quilômetros, quase exclusivamente de descidas, deixamos a margem do Reno e seguimos pelo sopé das altas montanhas.
Ali as videiras crescem até onde a vista alcança nas encostas ensolaradas. Seguir pedalando foi difícil, uma temperatura agradável e um sol ameno nos convidavam a uma pausa o tempo todo. No trajeto aproveitamos para visitar Malans, uma pitoresca vila produtora de vinho.
Depois de degustar um dos vinhos regionais, continuamos pedalando pelas vinhas. Pouco antes de chegar à fronteira com o Liechtenstein, voltamos a acompanhar o Reno. Olhando para o outro lado do rio, víamos Liechtenstein e sua capital, Vaduz. Seria necessário fazer um desvio para visitar o pequeno país, mas optamos em seguir direto para o destino desta etapa – Buchs.
Etapa 4: Buchs a Kriessern ( 30,56 km)
A quarta etapa da Rota é quase completamente plana. De Buchs, seguimos pedalando um pouco ao longo do Reno através de amplos campos e prados. Mais uma vez por lugares e aldeias encantadoras, que ficam parcialmente no sopé das montanhas.
Lentamente, o percurso serpenteia de volta ao Reno. Em um trecho asfaltado, seguimos pela ciclovia levemente inclinada. Nosso objetivo era seguir até St. Margrethen, localizada na fronteira com a Áustria.
Mas o dia havia amanhecido coberto por densas nuvens, não demorou muito para que uma forte chuva desabasse. Para completar, perdi meu celular em algum ponto da estrada. Resolvi voltar (embaixo de uma chuva torrencial) em busca dele. Dezesseis quilômetros depois, o encontrei protegido embaixo de uma ponte sob um papel branco (alguma pessoa incrível, ao encontrá-lo, fez essa gentileza). Com o telefone intacto e feliz pelo reencontro, voltei percorrendo de volta os 16 km.
Estava encharcada, na pressa de encontrar o aparelho, não me protegi adequadamente da chuva. Estávamos próximos a cidade de Kriessern, então optamos por encerrar o dia ali.
Etapa 5: Kriessern a Münsterlingen (67,56 km)
De Kriessern seguimos pedalando pelo lado Suíço. Olhando para o outro lado do rio, estava a Áustria. Decidimos deixar o lado suíço para fazer um trecho no país vizinho. Isso é possível durante o trajeto porque há pontes sobre o Reno em intervalos regulares. No entanto, a ciclovia segue completamente do lado suíço até St. Margrethen, localizado no final do Vale do Reno, nas margens do Antigo Reno.
No lado austríaco, pedalamos ao longo da margem até o delta do Reno, que deságua no Lago Constança.
Na Bodenseeradweg (Ciclovia do Lago Constança), seguimos ao longo das margens do impressionante lago. No caminho passamos por lugares bonitos e, por várias vezes, paramos para apreciar a vista e observar a multidão aproveitando o dia de sol.
Seguimos até Kreuzlingen, muito perto da fronteira com a Alemanha.
Do outro lado do rio está Konstanz (Constança), na Alemanha; atravessamos o rio e fizemos uma breve visita. Ali, o Reno também sai do Obersee, que é o lago principal do Lago Constance, e deságua no Untersee depois de alguns quilômetros. De Konstanz avançamos pedalando por uma região rural. Os girassóis amarelos dominavam a paisagem nesse trecho.
O plano era ficar em Kreuzlingen, mas o preço alto das hospedagens fez com que buscássemos abrigo em Münsterlingen, seis quilômetros distante (voltando).
Etapa 6: Münsterlingen a Schaffhausen (61,76 km)
Ao redor de Münsterlingen, onde começamos a pedalar, atravessamos a fronteira entre Suíça e Alemanha o tempo todo. As moradias sob os lagos de Unteruhldingen; a ilha Mainau; a pequena cidade medieval de Meersburg; a cidade de Stein am Rhein, famosa por seu centro histórico, bem preservado, com fachadas pintadas; as cidades de Berlingen e Steckborn com suas belas casas em enxaimel; tudo isso estava no nosso caminho, em um trecho de encher os olhos.
Em Stein am Rhein fizemos uma pausa maior, aproveitei para um mergulho nas águas frias do rio e para apreciar a riqueza de detalhes das casas ricamente decoradas.
Depois, novamente cruzamos o Reno, pedalando pela margem direita do rio em uma área de floresta (Reserva Natural de Bibermüli) – um lugar muito tranquilo. No trajeto avançamos por algumas subidas antes de chegar às margens do Reno e encontrar a cidade alemã de Gailingen.
Após cruzar a fronteira várias vezes, finalmente chegamos em Schaffhausen – destino do dia.
Etapa 7: Schaffhausen a Waldshut-Tiengen (54,81 km)
Ao sair de Schaffhausen, passamos pelas Cataratas do Reno. A maior e mais rica cachoeira da Europa. Na minha opinião, parada obrigatória. Vale a pena ficar no alto da cachoeira, sentindo o barulho e as vibrações da água sobre o corpo inteiro e ver a força da água descendo.
Depois da pausa, continuamos pedalando por áreas levemente montanhosas, por amplos campos e florestas sombrias.
Enfrentamos uma subida até chegarmos a Irchel. Dali avançamos por uma descida sinuosa – foi preciso cautela chegando novamente ao vale do rio. Depois seguimos percorrendo as margens do Reno por longos trechos. No percurso passamos por vários lugares pitorescos até o destino do dia: Waldshut-Tiengen.
Etapa 8: Waldshut-Tiengen a Rheinfelden (46,15 km)
Logo no início da oitava etapa deixamos a cidade alemã e passamos por Koblenz, na Suíça. Próximo dali cruzamos o rio Aare. Da ponte, observamos o encontro dos dois rios. Seguimos pedalando por vastos campos até chegarmos novamente às margens do Reno.
O percurso segue por lugares encantadores que nos convidavam a fazer uma pausa para contemplar e fotografar. A paisagem bucólica do outro lado do rio e as pitorescas aldeias estão na Alemanha porque o rio faz fronteira entre os dois países.
No caminho passamos pela cidade de Laufenburg, rodeada por margens arborizadas de rios. Localizada na curva do rio, é certamente uma das cidades mais bonitas do Alto Reno. A Ponte Laufen sozinha, mencionada pela primeira vez oficialmente em 1207, vale a visita.
O percurso segue por Kaisten, Stein e Wallbach, onde muitas pequenas jangadas de borracha são vistas no Reno. E, finalmente, Rheinfelden, destino do dia.
O Reno separa o Rheinfelden suíço do Rheinfelden alemão. Ambos são conhecidos por sua grande variedade de nacionalidades.
Aviso: em Wallbach, a rota é desviada. Observe a sinalização no local.
Duração do desvio: 21/02/2022 até 31/12/2022
Motivo: Trabalho de construção e manutenção.
Etapa 9: Rheinfelden a Basel (26,36 km)
Um trecho curto e fácil proporcionou tempo de sobra para aproveitar os destaques ao longo do caminho.
Em Rheinfelden começamos a nona etapa nas margens do Reno, seguimos por alguns quilômetros por um descampado e logo chegamos em Kaiseraugust, onde visitamos um sítio arqueológico – Augusta Raurica, testemunho das atividades dos romanos na região.
Depois, seguimos para os subúrbios de Basileia até as margens do rio Birs. Continuamos acompanhando o rio até sua confluência com o Reno. Dali seguimos pedalando até o centro de Basel ou Basiléia, o destino desta etapa.
Conhecida como a “capital cultural da Suíça” por conta da grande quantidade de museus, teatros e galerias de arte por habitante, Basel é uma cidade interessantíssima. Ficamos dois dias por lá e um prazer explorá-la.
Kunstmuseum
considerado um dos melhores museus do mundo. O acervo tem obras da Idade Média aos impressionistas e modernistas. Com um mesmo tíquete visitei as três unidades do museu – sim! São três prédios. Paguei um pouco a mais visitar a exposições de Picasso e Grecco. Belíssima!
Basler Münster – a catedral de Basel
Originalmente construído no século 11, o edifício foi destruído por um terremoto em 1300 e foi reconstruído no estilo gótico que você vê hoje. Em 1500 o altar e alguns dos acessórios foram danificados durante uma invasão. Entretanto, alguns dos tesouros foram recuperados e agora estão em exibição no museu.
A Prefeitura (Rathaus) de Basel, com sua característica fachada vermelha, sua torre imponente, o relógio dourado e a bela pintura lúdica que percorre boa parte de sua fachada. Surpreendente!
Etapa 10: Basel a Neuenburg am Rhein (59,09 km)
Deixamos Basel seguindo o Reno do lado de fora da cidade. Ele nos levou até a fronteira para a Alemanha, onde a cidade de Weil am Rhein o recebe. A cidade está na margem oriental do rio Reno, muito perto do ponto de tríplice fronteira entre Alemanha, França e Suíça.
A partir desse ponto o Reno configura uma fronteira natural entre França e Alemanha. A Ciclovia percorre as duas margens por mais de 200 quilômetros, ao lado de reservas naturais e de hidrelétricas, aldeias pitorescas e Estrasburgo – uma das capitais da Europa. Do lado francês, o percurso é pontilhado de eclusas e aldeias típicas da Alsácia com igrejas características. Do lado alemão, a EuroVelo 15 passa pelo Markgräfler Land, uma renomada região vitícola, e Rastatt, uma cidade com magníficos monumentos barrocos.
É uma questão de escolha. Nós fomos intercalando, hora pedalamos na Alemanha, ora na França. Algumas vezes para mudar de país utilizamos os ferrys disponíveis.
Depois de uma pausa em Weil am Rhein, decidimos seguir pedalando pelo lado francês, foi uma boa escolha. O caminho segue por florestas, muita sombra, e o silêncio é interrompido apenas pelo canto dos pássaros. Ainda no trajeto encontra-se a bela reversa natural Petite Camargue Alsacienne.
A ideia neste trecho era fazer um desvio até a cidade de Mulhouse, mas um erro na rota fez com que deixássemos a cidade para trás. Abandonamos a ideia e seguimos em frente. Elegemos como destino do dia Neuenburg am Rhein (Alemanha).
Etapa 11: Neuenburg am Rhein a Diebolsheim (79 km)
De Neuenburg am Rhein, seguimos pedalando no lado francês do rio para chegar ao Patrimônio Mundial da UNESCO de Neuf-Brisach, nas planícies da Alsácia. Protegida por baluartes em forma de estrela, a cidade de oito lados é uma das obras de arte de Vauban (Arquiteto militar francês, introdutor do chamado estilo Vauban de fortificação). O lugar merece uma longa pausa.
A cidade e as muralhas oferecem uma visão notável do sistema de defesa mais completo do século XVII.
Dali decidimos visitar a cidade de Breisach (Alemanha). Fazer esse zigue–zague estava divertido, era só encontrar uma ponte e saíamos da França para a Alemanha ou vice-versa.
Subimos por ruas sinuosas e passamos por uma torre a caminho da Catedral de São Estevão (Stephansmünster). De lá, tivemos vistas fantásticas sobre a cidade, muito da qual foi reconstruída desde a Segunda Guerra Mundial.
De Breisach, seguimos acompanhando o Reno. Logo depois de deixar as últimas casas de Breisach para trás, voltamos a pedalar por uma reserva natural (Naturlehrpfad Wyhl) de belas florestas ribeirinhas. Entre as árvores, era possível ver o rio aqui e ali.
A ciclovia de cascalho começou a incomodar em certo ponto do percurso. Uma poeira fina entrava pelas narinas e aumentava a sede, o que tornava o percurso cansativo e desconfortável.
Como havia a opção de pedalar pelo lado francês, decidimos mudar novamente. E assim foi, pedalamos até chegar à cidade de Diebolsheim, eleita como o destino do dia.
Etapa 12: Diebolsheim a Estrasburgo (55,01 km)
De Diebolsheim, seguimos pedalamos pelas belas florestas ribeirinhas do Reno. Entre as árvores era possível ver a água brilhando repetidamente. Também encontramos agradáveis áreas de descanso, que literalmente eram um convite a uma ou outra pausa.
Estávamos pedalando no lado francês, mas o plano do dia era voltar para o lado alemão, então seguimos até Rhinau, onde fizemos uma travessia de ferry.
Dali seguimos até a pequena cidade de Schwanau, onde fizemos uma pausa.
Após, continuamos até chegar em Kehl.
Para seguir em direção a Estrasburgo foi preciso cruzar a Passerelle des deux Rives. Uma ponte belíssima de 387 metros de comprimento, cuja construção custou 21 milhões de euros, inaugurada em 2004.
Ela liga Kehl a Estrasburgo no jardim das duas margens. No meio da ponte há uma plataforma com assentos e vista panorâmica. Paramos para apreciar a vista e seguimos até o nosso destino do dia – Estrasburgo.
A cidade de Estrasburgo: dois dias explorando.
A catedral de Notre-dame de Strasbourg levou quase 300 anos para ser considerada finalizada em 1439. Não é só do lado de fora que a catedral impressiona. Seu interior também deve ser explorado. É linda.
Petite France esse bairro, dividido por diversos canais, é um verdadeiro refúgio no coração da cidade. Com casas e prédios com arquitetura alemã, conhecida como enxaimel. Toda a área tem um clima bucólico e as ruas de paralelepípedos dão um charme extra ao local. É um lugar encantador.
Palácio Rohan – a bela construção de estilo barroco é enorme e, hoje, concentra três dos museus mais importantes da região : o Museu arqueológico, o Museu de arte e o Museu de Finas Artes.
Etapa 13: Estrasburgo a Karlsruhe (103,60 km)
De Estrasburgo voltamos em direção a Kehl, atravessando novamente a Passerelle des deux Rives. Dali pedalamos ao longo do rio Kinzig (rio da Alemanha), que passa pelo porto do Reno e finalmente deságua no Reno. Seguimos ao lado das matas que margeiam o rio Reno. Sempre de olho no Reno e na França do outro lado do rio.
Como havia a opção de pedalar pelo lado francês, decidimos mudar novamente.
Quando passamos por Drusenhein (França) fomos privilegiados com por uma exposição (Azul como a Terra que queima) de um grupo de artistas franco-alemães da Plakat Wand Kunst (artistas que produzam pinturas em compensado de 3,60 m. x 2,60m em espaço público). As obras estavam expostas ao longo da Allée du Rhin. Lindo de ver.
No pequeno vilarejo de Munchhausen uma homenagem a Caterine Bender (1878 – 1949). Ela percorria de bicicleta a região para dar assistência as mulheres durante o parto.
Avançamos passando por lugares pequenos onde as vezes parávamos para explorar.
Em, Lauterbourg saímos da margem do Reno e pedalamos através de campos e prados. Logo estávamos na reserva natural de Stixwörth , um lugar belíssimo, e não demorou muito estávamos novamente nas margens do Reno. Dali o pedal avançou até Karlsruhe – destino do dia.
Etapa 14: Karlsruhe a Speyer (63,26 km)
De Karlsruhe a rota segue por uma trilha reta em uma floresta belíssima (Hardtwald). Atravessando o Reno, o caminho segue ainda por florestas e campos.
Leopoldshafen See
Após alguns quilômetros, chegamos às margens do Reno pela primeira vez nesta etapa, onde a ciclovia segue.
Seguimos pedalando até Leimersheim (16 km). Ali uma balsa nos levou para o outro lado do rio (a balsa sai a cada 15 minutos). Seguimos por uma estrada afastada das margens do rio, através de uma bela floresta – parte da Reserva natural de Hördter Rheinaue.
Avançamos ao longo da margem do rio até chegarmos em Germersheim, uma antiga cidade militar em Rheinland-Pfalz.
Saindo de Germersheim, continuamos na ciclovia da Speyerer Strasse com Altrhein. Deixamos a margem do rio e seguimos pedalando por campos e prados e pequenas áreas florestais, até a cidade de Speyer – destino do dia.
Speyer
A cidade fica em uma pequena elevação acima do Reno, um local escolhido pelos romanos para um forte, pois era um dos poucos lugares ribeirinhos entre Mainz e Basileia não suscetível a inundações.
A Catedral de Speyer relembra quase 1.000 anos de história. Em 1025, o rei saliano Konrad II lançou pessoalmente a pedra fundamental com o objetivo de construir a maior igreja do Ocidente. Ele mesmo não viveu para ver a conclusão das obras. Apenas 40 anos depois, quando seu neto Henrique IV já era rei, a catedral foi inaugurada. Nos séculos seguintes, a catedral foi ampliada repetidamente.
É a maior igreja românica sobrevivente do mundo. Desde 1981 ele está na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.
Etapa 15: Speyer a Worms (60,07 km)
Esta etapa começa e termina em cidades medievais históricas cercadas por planícies agrícolas, com o complexo industrial de Mannheim e Ludwigshafen no meio. A fábrica da BASF, que se estende por 6 km ao longo do Reno ao norte de Ludwigshafen, é a maior fábrica de produtos químicos de uma única empresa do mundo.
Saindo de Speyer, seguimos por uma ciclovia ao lado de belos jardins, passando pela catedral Kaiserdom. Dali seguimos pela estrada principal (Hafenstrasse) por alguns quilômetros. A estrada nos levou para longe do Reno e não demorou muito, chegamos à pequena cidade de Otterstatt.
Fizemos uma pausa rápida e continuamos. Alguns quilômetros depois passamos por mais uma pitoresca cidade – Altrip. Continuamos seguindo o dique de inundação ao redor da vila até o cruzamento com a estrada. Seguimos pela estrada ribeirinha até ao ferry Altrip. A balsa sai a cada 15 minutos. Atravessamos o rio até Neckarau e prosseguimos pela estrada de acesso de balsa. Alcançamos uma ciclovia de cascalho sinalizada pela reserva natural Waldpark. O labirinto de trilhas sinuosas pelo Waldpark é complicado, mas bem-sinalizado: a rota começa em cascalho, mas logo se transforma em asfalto.
No caminho decidimos fazer um desvio para visitar Mannheim. A cidade fica na confluência dos rios Reno e Neckar.
Mannheim
A cidade pode legitimamente reivindicar ser o lar do automóvel, já que Karl Benz produziu seu primeiro carro movido a gasolina aqui (em 1885), e sua esposa Bertha fez a primeira viagem motorizada de longa distância registrada do mundo, 104 km de Mannheim a Pforzheim, em 1888.
Dali avançamos pedalando até Ludwigshafen, até chegar à fábrica de produtos químicos da BASF. Passando pelo portão de entrada do estacionamento dos funcionários da BASF, levamos um susto ao ver a quantidade de bicicletas estacionadas – literalmente um mar de bicicletas. Lindo de ver!
Depois, a ciclovia segue paralela à estrada principal. No caminho fomos deixando para trás outras cidades, até chegarmos em Worms – destino do dia.
Etapa 16: Worms a Mainz (64,30 km)
Deixando os subúrbios industriais de Worms, a rota segue de perto o Reno em outros diques de inundação contornando uma ampla planície e passando por campos agrícolas abertos, com um cume baixo de colinas cobertas de vinhedos. Estas colinas encontram-se em Oppenheim, uma cidade produtora de vinhos e sede do museu alemão de viticultura. Esta colina está repleta de Kellerlabyrinth, um labirinto de porões e túneis que ligam as casas no subsolo. Acredita-se que haja pelo menos 40 km de túneis. É possível percorrer cerca de 650 metros de túneis ao redor da Câmara Municipal, que se encontram em grande parte preservados no seu estado original. Mas é preciso agendar com antecedência, coisa que não fizemos.
Dali seguimos em direção a Nierstein, situada abaixo das vinhas de Rote Hang, é uma importante cidade vinícola que produz principalmente vinho Riesling branco. O centro da cidade é uma combinação de antigas casas nobres e tradicionais weingüter (vinícolas).
Após Nierstein, avançamos por vinhedos pitorescos que se estendem ao longo das margens do Reno. Depois de alguns quilômetros, eles são substituídos por amplos campos que o acompanham até os limites da cidade de Mainz – destino do dia.
Gutenberg Museum – Museu Mundial da Arte Gráfica
Etapa 17: Mainz a Bacharach (61,27 km)
A rota começa seguindo a margem leste do Reno, passando pela aérea industrial Wiesbaden e pelo Rheingau, segue por uma série de atraentes vilas, produtoras de alguns dos melhores vinhedos da Alemanha.
O percurso avança em direção a Rüdesheim onde pegamos uma balsa para Bingen uma vila ribeirinha.
Dali seguimos pedalando pelo Vale do Reno. As margens arborizadas e os castelos românticos, empoleirados em rochas altas acima do vale, são os sinais de que nos aproximávamos do destino do dia: Bacharach.
Victor Hugo em Bacharach
Em 1840, o grande romancista francês Victor Hugo, autor de “s Miseráveis”, passou três dias em Bacharach e escreveu uma descrição entusiástica em seu livro Le Rhin (O Reno), publicado pela primeira vez em 1842.
“Passei três dias em Bacharach, uma espécie de quartel-general dos mendigos esquecido na margem do Reno pelo bom gosto de Voltaire, pela Revolução Francesa, pelas batalhas de Luís XIV, pelos bombardeios de artilharia de 1797 e 1805 e pelos elegantes e sábios arquitetos que constroem casas em forma de escrivaninhas e cômodas. Bacharach é certamente o mais antigo monte de habitações humanas que já vi em minha vida. ”
Etapa 18: Bacharach a Koblenz (48,90 km)
De Bacharach seguimos por um cenário espetacular, enquanto o rio continua através do Desfiladeiro do Reno entre as cadeias de montanhas Hunsrück e Taunus, acompanhado por estradas, ferrovias e ciclovias.
Passamos por uma série de belas cidades ribeirinhas, incluindo St. Goar, com a famosa rocha Loreley. Os lados do desfiladeiro são cobertos por vinhas e florestas, com numerosos castelos românticos sentinela acima. O desfiladeiro termina pouco antes da cidade militar de Koblenz. A maior parte do percurso é feita por ciclovias ao longo da ribeira.
A maior parte do percurso é feita por ciclovias ao longo da ribeira. O desfiladeiro termina pouco antes da cidade militar de Koblenz – destino do dia
Etapa 19: Koblenz a Bonn (78,44 km)
Em Koblenz, cruzamos o rio Mosel e seguimos por belas planícies até as margens do Reno. A ciclovia do Reno segue ao longo do rio. Nesse trecho, o Vale do Reno é densamente povoado, passamos por vários lugares, o que nos possibilitou boas pausas para contemplar e descansar.
Um trecho onde realmente desfrutamos da natureza. Além disso, passamos por belas praias e portos. Parar e contemplar várias vezes era uma necessidade obrigatória.
Atravessando subúrbios e belos parques paisagísticos, seguimos diretamente nas margens do Reno até Bonn, o destino desta etapa.
Bonn – a cidade onde em 1770 nasceu Beethoven. A sua cidade se orgulha do grande compositor que foi Ludwig van Beethoven e conserva sua casa em perfeito estado para ser visita pelos amantes da música e da história. E, claro fizemos uma visita.
A Casa de Beethoven é hoje um dos lugares mais visitados do mundo.
Etapa 20: Bonn a Leverkusen (48,04 km)
A etapa de Bonn a Leverkusen é um pouco mais urbana do que as etapas anteriores, mas ainda passamos por belos trechos de natureza. Depois de sair de Bonn, atravessamos o Reno e continuamos pelo lado direito do Reno. Bem na costa, passamos por bosques e vastos campos.
No trajeto antes de chegarmos a Colônia, cruzamos uma linda área verde – Westhovener Aue. Mais uma vez o percurso segue diretamente ao longo do Reno e das impressionantes pontes de Colônia. Chegando , fizemos uma pausa extensa, para explorar a cidade velha e relaxar.
Depois de explora e se encantar com Colônia, seguimos pedalando os últimos quilômetros da etapa na ciclovia plana até a linha de chegada, em Leverkusen.
Etapa 21: Leverkusen a Dussendorff (51,46 km)
A 21ª etapa da rota é largamente plana e o cenário continua praticamente o mesmo: vários lugares e cidades onde por diversas vezes paramos para desfrutar do lugar. Logo no início, avançamos por imensos campos que se estendem ao longo do Reno.
Depois da cidade medieval de Monheimam cruzamos o Reno por um pequeno bosque e chegamos no sopé de Dusseldorf. Através dos subúrbios, seguimos pedalando até o centro da cidade, nosso destino do dia.
Monheim am Rheim
Etapa 22: Dussendorff a Duisburg (39,69 km)
Deixei Dussendorff (sim, daqui segui viagem sozinha, até então estava na companhia do meu marido) por uma ciclovia para fora da cidade.
Etapa 23: Duisburg a Rees (64,44 km)
De Duisburg segui pedalando até as margens do Reno. Através de vastos campos, passando pela reserva natural de Hasenfeld e Rhine Foreland, me encantei com seus prados verdes e vários lagos. Sobre campos e pastagens, continuei na ciclovia do Reno, agradavelmente plana.
Segui pedalando até a cidade de Xanten. Ali fiz uma longa pausa, sentada em um bar nas margens dos lagos, observando o vai e vem das pessoas.
Depois, avancei mais alguns quilômetros através de campos planos até chegar a Niedermörmter e finalmente ao destino do dia – Rees.
Etapa 24: Rees a Arnhem (59,61 km)
De Rees pedalei em paralelo à fronteira ao longo do Reno, até Emmerich am Rhein (última cidade em solo Alemão).
Atravessando a Emmerich Rhine Bridge a ponte suspensa mais longa da Alemanha.
Na pequena cidade há uma longa faixa de restaurantes e bares nas margens do rio – o calçadão Emmerich Rhine é muito bonito e a cidade tem seu próprio charme. Fiz uma pausa ali, antes de seguir por amplos prados até a fronteira germano-holandesa.
A cidade fronteiriça de Millingen am Rhein é pequena e charmosa. Cruzei o Reno por uma balsa e continuei pedalando no Canal Pannerdens, que então se funde com o Baixo Reno.
Dali continuei até o destino do dia – Arnhem.
Etapa 25: Arnhem a Driebergen (70,66 km)
De Arnhem, continuei pedalando pela cidade até as margens do Baixo Reno. No caminho passei por vários locais que me convidavam a fazer uma pausa. Vários castelos antigos também estão no caminho, alguns abertos à visitação.
Avancei no sentido de Wijk bij Duurstede, destino programado para o dia. Mas a falta de hospedagem na pequena cidade fez com que eu seguisse em busca de outro lugar para ficar. O lugar mais próximo que encontrei com alojamento de custo razoável foi na cidade de Driebergen, distante 15 quilômetros. Segui pedalando por uma região muito arborizada e agradável. O lugar que havia reservado para ficar é tão agradável que fiquei por três dia ali (um outro motivo para ficar foi a chuva).
Etapa 26: Driebergen a Rotterdam (87,31 km)
Depois de uma pausa longa em Driebergen avancei pedalando em direção a Rotterdam.
No percurso o Reno se divide novamente, com o Amsterdam Rijn Kanaal e o estreito Oude Rijn, ambos se ramificando no Noroeste. A zona rural é terra de pôlderes (terras baixas, planas e férteis, situadas acima do nível das marés altas, rodeada de grandes diques, áreas que no passado encontravam-se totalmente submersas). Toda esta etapa foi por estradas rurais.
Os campos agrícolas férteis, com uma série de fazendas prósperas, foram o cenário do dia. Os extensos pomares ao redor de Wijk dão lugar ao gado nos campos, ovelhas ao longo dos diques, gansos nos lagos e cabras ou cavalos nos piquetes. Uma diversidade que impressiona.
No trajeto uma pausa na cidade de Shoonhoven.
A rota continua, agora ao sul do rio Lek, parcialmente ao longo de diques de inundação, com a paisagem circundante abaixo do nível do mar. Em Kinderdijk, a rota passa por uma incrível coleção de moinhos de vento preservados na Holanda.
A rota termina na extensa cidade industrial de Rotterdam, onde ciclovias dedicadas permitem que os ciclistas cheguem ao centro da cidade.
Etapa 27: Rotterdam a Hoek Van Holland (38,65 km)
Depois de 27 etapas na Ciclovia do Reno, cheguei ao destino: o Mar do Norte.Depois de Rotterdam, segui novamente pela margem do rio, agora chamada Scheur. Continuei ao longo da ciclovia plana ao longo da costa, deixando meu olhar vagar sobre a água.
Há apenas alguns quilômetros do destino de Hoek van Holland e a foz no Mar do Norte, ainda não acreditava na minha façanha.
Chegando ao mar, agradeci por atingir esse marco, muito orgulhosa de mim mesma. Afinal acompanhei o rio Reno dos Alpes Suíços ao Reno-Maas-Delta e ao Mar do Norte.
Fim de uma viagem memorável!!!!
realmente uma viagem fantástica, já fiz Alemnha de bike a rota romântica na Baviera mas está viagemde vocês foi estupenda parabéns ao casal fiquei encantado com o relato
Parabéns e obrigado pelas dicas , minha próxima viagem, abraço!
[…] A Alemanha está repleta de ciclovias, graças à popularidade do ciclismo. Isso significa que é possível apreciar as intermináveis paisagens pitorescas do país mesmo sendo iniciante. Aqui eu destaco duas rotas que já percorri e achei incríveis. São rotas seguras e muito bem sinalizadas. Você pode ler detalhes sobre elas aqui ( Ciclovia do Danúbio) e Ciclovia do Rio Reno- aqui […]
Parabéns Vera. Seu post nos encorajou bastante.
Quanto o casal gastou em média por dia?
Onde pernoitar- onde você conseguiu os contatos
Oi Claudio . Obrigado pelo contato. E que bom que consegui encoraja-lo a fazer essa viagem. esse é o objetivo do blog.
Bem o custo de uma viagem dependo do estilo de viagem que você deseja. Eu costumo alternar a hospedagem entre hostel, B&B , camping e hotel ( nessa viagem a media foi de 80 euros o casal).
A alimentação é a mesma coisa , se optar por restaurante a viagem fica cara. Costumo fazer muitos pic-nic ,faço muito supermercado e as vezes um restaurante.
A parte cara dessa viagem é a Suiça e Holanda.
mas eu sempre digo estabeleça sua media e corre atrás ( planeja dentro do seu limite, é possível ).
Qualquer duvida estou a disposição.
No blog dou alguns links de hospedagem e quanto a rota você pode explorar o próprio site da EUROVELO 15 eu usei também um guia Rhine Cycle Route: Cycle touring EuroVelo 15 que adquire nesse site https://www.cicerone.co.uk/the-rhine-cycle-route-from-source-to-sea
Fantastico!!!!! Parabens ao casal pela viagem. O relato ao que vc descreve a viagem parece que eu estava de intruso rssss . Pude sentir em vossos sorrisos alegria da vida. Parabens !!!!
Esta viagem eu havia planejado no ano de 2020 e infelizmente o mundo foi pego pelo covid. Mas vcs deram um “up” . Dispertou-me novamente a vontade de realizar a viagem. Obrigado e desejo muitas outras viagens.