Nova Zelândia : Ciclovia Queenstown

Nova Zelândia : Ciclovia Queenstown

 Guia de cicloturismo

Viajar de bicicleta se tornou para mim um estilo de vida desde 2014. Com o passar do tempo, fui conhecendo seus meandros. Depois de sete anos viajando pelos cinco continentes e percorrendo milhares de quilômetros por vários países, acredito ter reunido conhecimento suficiente sobre cicloturismo para compartilhar minha experiência e incentivar outras pessoas a aderir a esse meio de transporte sustentável e econômico.

Vou dividir com vocês um pouco do que aprendi ao longo desses anos sobre como se preparar para uma viagem de bicicleta, quais  os equipamentos necessários e pequenas dicas para saber escolhê-los. Também tenho lido muito sobre o que os outros cicloviajantes escrevem, particularmente em relação aos aspectos técnicos das viagens de bicicleta. É importante conversar com todos, estou constantemente ouvindo o feedback de outros viajantes e realizando pesquisas antes de escrever.

SE EXISTE UMA REGRA NO CICLOTURISMO, É QUE NÃO EXISTEM REGRAS. Cada um se adapta às suas necessidades e finanças. O essencial para uns pode não ser para outros. O que parece importante para mim pode ser irrelevante pra você!

Viajar de bicicleta é uma ótima maneira de descobrir novas regiões ou países. E nos dá a oportunidade para sermos livres. Livres para parar quando quiserem, conhecer pessoas e aproveitar o momento presente.

Durante meus passeios de bicicleta pela região onde moro, e depois que fiz minha primeira viagem de longa distância – percorrendo a Estrada Real, de Ouro Preto a Diamantina –, percebi uma coisa: viajar de bicicleta é ACESSÍVEL! 

Nos últimos anos, as viagens de bicicleta têm aumentado. Em parte, graças às novas rotas sinalizadas que tem surgido no Brasil. Em 2019 duas novas rotas apareceram: os Caminhos de Caravaggio e a Rota Romântica (as duas relatadas aqui). Mas, também por conta da pandemia, que impulsionou o turismo lento. No entanto, pode ser difícil saber por onde começar ao se preparar para uma cicloviagem. Neste blog, quero compartilhar o que aprendi e me colocar à disposição para ajudá-lo a partir para uma grande aventura: Viajar sobre duas rodas.

 O que é uma viagem de bicicleta?

À primeira vista, viajar de bicicleta parece ter uma definição simples! Trata-se apenas de partir para uma viagem de bicicleta. Mas, na realidade, há várias nuances no cicloturismo.

A viagem pode assumir tantas formas que pode até parecer difícil encontrar o que melhor nos convém durante os preparativos. Ela pode ser diferente dependendo:

    • Do tempo disponível que o ciclista tem. Tem quem saia por duas semanas, às vezes por meses, anos e aqueles que às vezes nem voltam!
    • Disponibilidade em relação à obrigações de trabalho (em termos de tempo e dinheiro.)
    • Restrições de viagem (vai levar crianças, animais, sozinho, acompanhada?)
    • A bicicleta escolhida: tem os que viajam de Tandem, híbrida, MTB etc.
    • O peso da bicicleta: existem atualmente duas correntes bastante difundidas nas viagens de bicicleta: o cicloturismo convencional, em que geralmente se sai com alforjes ou reboque, e o bikepacking, um movimento mais recente que tende a reduzir ao máximo o peso transportado na bicicleta.

Há também aqueles que fazem uma viagem organizada por agências especializadas ou aqueles que tentam fazer tudo sozinhos (como eu). Os que acampam, os que dormem em hotéis e os que alternam! Enfim, os preparativos de uma viagem de bicicleta dependem do desejo do ciclista.

Por que optar por viajar de bicicleta?

Existem vários bons motivos para fazer uma viagem de bicicleta. Mas esses são para mim os mais atraentes:

Encontros

O cicloviajante desperta facilmente a curiosidade dos locais, o que promove encontros. O fato de não estar enclausurado em um veículo possibilita uma interação maior. Isso realmente enriquece a viagem!

Uma viagem ecologicamente responsável

Esta é a principal razão pela qual optei pela bicicleta. Queria viajar, mas não queria consumir a energia do planeta usando veículos motorizados. Viajar de bicicleta oferece a oportunidade de sair de casa sem ter que usar outros meios de transporte.

Uma viagem econômica

Viajar de bicicleta é muito econômico. Entre o hostel, homestay, camping, as despesas são muito menores. A maior parte do orçamento é destinada à alimentação – o “combustível” do ciclista – e claro, na passagem aérea!

Liberdade infinita

A bicicleta geralmente permite carregar um pouco mais de peso do que uma mochila. Dessa forma, é possível levar barraca, colchão, um bom saco de dormir e acampar, se necessário.

Quem pode fazer uma viagem de bicicleta?

Basicamente, todo mundo!

Porém , tudo depende da viagem e do seu propósito.

Para pequenas viagens, podemos  dizer que todos podem viajar. Pelas estradas já me deparei com crianças, jovens, famílias,  avós com mais de 70 anos…

Notei que a idade não parece atrapalhar os ciclistas. Também encontrei muito mais jovens aposentados na estrada do que jovens aventureiros.

O cicloturismo permite que cada um siga seu próprio ritmo, experimente desafios loucos ou não, busque se superar ou não. Hoje é possível encontrar rotas acessíveis a todos.

Obviamente, se o objetivo é partir para uma volta ao mundo sem avião, escalar montanhas e ir além de todos os seus limites, uma mente sã e uma boa condição física são imprescindíveis!

Com quem viajar?

A viagem de bicicleta solo 

A viagem de bicicleta solo não é uma jornada solitária. O fato de estar sozinho atrai curiosidade. No final, você se encontra facilmente interagindo com os locais. E , se não forem os locais, você provavelmente encontrará outros ciclistas na estrada.

Em suma, o cicloturismo oferece-lhe a oportunidade de fazer o que quiser!

Viajar de bicicleta com amigos

Ou membros da família, conforme desejado. Já vi tudo sobre duas rodas e isso é bom.

Ao pedalar com vários amigos, o essencial é concordar com o projeto básico. Às vezes, compartilhar a intimidade de alguém diariamente pode se tornar difícil. Então, o importante é estar na mesma sintonia e falar sobre isso antecipadamente, para poder se adaptar ao outro e se divertir muito!

Viajar de bicicleta com crianças

Neste caso, não sou a melhor pessoa para aconselhar. De qualquer forma, uma coisa é certa: é bem possível. Muitos o fazem, e funciona. Já encontrei com vários casais com uma criança e outros com várias.

Passeio de bicicleta para casais

Viajar de bicicleta em casal é maravilhoso! Como falei, viajo com meu marido sempre que ele pode. Viajando de bicicleta, temos muito tempo para nós.

Alguns dirão que a desvantagem de estar em dupla é ter que fazer concessões. Por fim, se isso  é algo que pesa na sua viagem, a pessoa com quem você está compartilhando pode não ser tão compatível com você. Você também tem que ser capaz de arranjar tempo para si mesmo, se for necessário.

Viajar com seu cachorro

Neste caso, também não sou a melhor pessoa para aconselhar. Mas há algumas coisas a considerar ao viajar de bicicleta com seu cão. Em primeiro lugar, significa mais peso, entre a ração e o peso dele, que não poderá correr ao seu lado o dia todo…

Além disso, você precisará de um passaporte para ele com as vacinas em dia, para poder entrar nos países que pretende visitar. Por fim, requer um pequeno investimento, pois você precisará de uma caixa para transportá-lo.

Hoje, há uma grande oferta de reboques de bicicletas para cães. O importante é verificar se as rodas e os pneus são sólidos e duráveis. Já encontrei vários ciclistas com seus cachorros fofos!

Como começar um projeto de cicloturismo?

Agora que está convencido, o próximo passo é começar a se preparar para sua primeira viagem de bicicleta. Não será tão fácil de organizar, a primeira vez é mais complicada! Especialmente se você não for um ciclista.

Porém, não se preocupe muito, o corpo é uma maravilha. Ele se adapta rapidamente e será capaz de pedalar cada vez com mais facilidade. Então, não se preocupe com as intermináveis listas de materiais que você encontra por aí.

Todas as dicas para planejar uma viagem de bicicleta podem ser encontradas neste artigo. No entanto, o assunto é vasto e será discutido várias vezes por aqui.

1.Coloque o projeto no papel!

Preparar-se para uma primeira viagem de bicicleta requer um pouco de organização. Para realizar o projeto é fundamental fazer as perguntas certas.

Aconselho colocar tudo no papel. Obviamente, isso não é obrigatório, mas permite que você identifique suas dúvidas e busque informações a respeito.

Dependendo da natureza da sua viagem de bicicleta, haverá mais ou menos preparação a fazer! Para começar, teremos que nos perguntar : quando sair? Com quem? Em qual ciclovia? Por quanto tempo? Com qual orçamento? E com quais equipamentos?

Assim que o projeto da viagem de bicicleta estiver no papel, a próxima etapa será financiá-lo. Obviamente, isso afetará mais aqueles que saem por mais tempo ou para outros países.

2.É possível financiar sua viagem de diferentes maneiras:

Minha melhor fonte de financiamento: minhas economias! Que não foram fruto do acaso e sim de muito trabalho.

Poupanças: esta é sempre a parte que eu mais controlo. Sou pouco consumista e priorizo. Após anos trabalhando e agora aposentada consigo fazer isso com mais tranquilidade. Lembrando que só consegui direcionar minhas economias para viajar aos 58 anos. De qualquer maneira, se você tem projetos em mente, economizar desde já é uma boa estratégia.

Prestar serviços extras: quando possível! Eu por exemplo gosto muito de fotografias, então faço arte com elas e coloco a venda.

Patrocínio: não é fácil encontrar, então tem que ter um baita projeto para ser apoiado.

Bolsas de viagem: ainda existem algumas dependendo da Universidade (se você estuda Turismo ou Sociologia é uma possibilidade).

3.Equipe-se

Entre os cicloviajantes, sempre haverá aqueles que dirão que tudo o que você precisa é de uma bicicleta! Eu realmente não concordo com isso. É necessário ter uma bicicleta confortável.

4.Gerenciando a partida

Depende se você vai sair por várias semanas, por meses ou mesmo por vários anos. Você terá que pensar no período em que estará ausente.

Obviamente, há muitas coisas a considerar :  o que fazer com seu trabalho? Como gerir o seguro de saúde? Devo fazer um seguro para minha viagem de bicicleta? E o banco?

5.Pratique

Quando você faz uma longa viagem de bicicleta, o corpo gradualmente se acostuma com os quilômetros que você percorre. Mas é importante ter uma boa resistência física. Eu por exemplo caminho todos os dias e pedalo em dias alternados.

A melhor forma de conhecer seu corpo, de saber o que levar consigo antes da partida, é fazer primeiramente uma curta viagem de bicicleta: um ou dois dias já lhe darão uma boa ideia de suas condições físicas.

O peso da bagagem afetará seu ritmo e poderá causar dor no joelho no início se você não for treinado. Se você vai tirar uma ou duas semanas de férias, não é bom sentir dor.

Que destinos de cicloturismo escolher?

Viajar no Brasil

No Brasil temos várias rotas pré-estabelecidas, ou seja, rotas demarcadas e sinalizadas, que percorrem trajetos de interesse religioso por exemplo: o Caminho da Fé e o Caminhos de Caravaggio, ambos baseados no Caminho de Santiago de Compostela (até as setas são amarelas); também as de interesse histórico como a Estrada Real (cidades históricas de Minas Gerais) e o Caminho Das Missões (caminho dos jesuítas). E claro as que percorrem caminhos naturais belíssimos como as rotas do Vale Europeu (SC), o Circuito das Araucárias (RS), a Rota Romântica (RS) e o Circuito Lagamar (pelo litoral Paulista).

Essas são as oitos rotas que percorri no Brasil. Todas com mapas e sinalizadas. Existem outras rotas demarcadas , mas não sinalizadas. É possível explorar muito o Brasil, desde que seja um ciclista experiente.

Viajar de bicicleta na Europa

Um guia para os ciclistas: EUROVELO – eu uso para planejar minhas viagens. Na minha opinião o melhor site de pesquisa para elaborar roteiros .

Em teoria, até 2030 será possível viajar praticamente para qualquer lugar da Europa em 17 ciclovias. Elas são chamadas de ciclovias EuroVelo.

Enquanto algumas rotas ainda estão em construção, outras já estão bem desenvolvidas e sinalizadas. Portanto, é possível planejar agora!

Situação da rede EuroVelo 

O cicloturismo na Europa tem um futuro brilhante pela frente. Até agora, estão sendo desenvolvidas 17 ciclovias europeias. Elas são numeradas de 1 a 19.

As rotas “norte-sul” têm número ímpar, enquanto as rotas ou loops “oeste-leste” são categorizadas com números pares. É por isso que a EuroVelo 16 não existe, enquanto a EuroVelo 15 e 17 existem!

Novas rotas foram adicionadas à rede nos últimos anos. Em particular a EuroVelo 14 – a ciclovia que ligará os pontos de água da Europa Central – e a Eurovelo 19, que seguirá o Meuse entre a Holanda e a França.

Além da EuroVelo, é possível encontrar rotas predefinidas em cada país. Por exemplo, no Reino Unido há milhares de rotas alternativas e muito bem-marcadas através do The National Cycle Network , minha outra paixão. Há possibilidades incríveis para planejar rotas.

Na França também existem muitas ciclovias . Hoje, são 22.800 km de ciclovias e vias verdes, incluindo 8.300 km de rotas europeias (rotas EuroVelo). A França de bicicleta é um destino atraente. Entre as rotas mais famosas, podemos destacar a Vélodyssée, o Canal des Deux Mers, o Loire , a Vélofrancette ou a Véloscenie. 

A Eurovelo, National Cycle Network e France Vélo Tourisme são as possibilidades exploradas por mim para planejar minhas rotas. Novamente, assunto é vasto e falarei sobre elas em outras postagens.

O cotidiano do ciclista

Ao viajar de bicicleta, é difícil prever o que acontecerá a seguir, planejar o que será feito no dia seguinte. É isso o que nos leva a viver o dia a dia e a nos desconectar!

Onde dormir durante uma viagem de bicicleta?

Uma das questões essenciais da vida diária do ciclista é encontrar um lugar para dormir.

Alguns reservam tudo com antecedência, outros, como eu, preferem viver o dia a dia, pois, como falamos, o cicloturismo sempre reserva surpresas.

Vai com ou sem barraca?

Esta é uma pergunta que sempre me fazem. Na minha opinião, tudo depende da duração da viagem, do que você espera dela e do seu orçamento. Para pequenas viagens organizadas em regime de alojamento e pequeno-almoço, com distâncias razoáveis a percorrer todos os dias, acho lógico poupar o peso da tenda, colchões e sacos-cama.

Por outro lado, se você for fazer um passeio de bicicleta pela Europa ou uma viagem longa, a questão não se coloca. Aconteceu-nos várias vezes de não ter outra solução senão armar a tenda.

Em muitos países, o acampamento selvagem é proibido. Mas, em geral, é tolerado a partir do momento em que você presta atenção para respeitar os lugares permitidos.

Na Europa os campings são muito bons quando comparados aos da América Latina. Costumam ter boa infraestrutura, com pequenas tendas ou alojamentos.

Há também um aplicativo chamado ACSI, que apesar de custar 16 dólares, fornece registros de mais de 8.500 campings inspecionados anualmente por toda a Europa.

Casas de família para dormir

Há muitos ciclistas que desejam sobretudo viver a experiência do encontro com o outro. Dormir com os locais é uma das formas mais eficazes de superar a barreira da timidez!

Ao viajar de bicicleta, você perceberá rapidamente que existem países que são muito mais acolhedores do que outros. Quando a hospitalidade faz parte da cultura, é mais fácil pedir abrigo. Além disso, existem sites para encontrar hosts prontos para recebê-lo:

Warmshowers: um site dedicado aos viajantes de bicicleta! Eles estão em todos os lugares do mundo. Eu nunca usei.

Couchsurfing: também não uso, mas o Couchsurfing ainda é uma ótima ferramenta para hospedagem com moradores locais.

Como dormir barato?

Viajar de bicicleta pode ser muito econômico se acampando ou dormindo com moradores locais. Eu alterno entre todas as soluções de habitação conforme as circunstâncias.

O problema do cicloturismo é que, se você fizer uma hospedagem paga, terá que reservá-la na última hora. Isso não é necessariamente uma vantagem, pois você pode acabar pagando um preço alto.

Os pequenos aborrecimentos do ciclista

Os condutores de veículos motorizados são perigos reais para os ciclistas. É por isso que muitas vezes é preferível evitar as estradas principais.

Infelizmente, isso nem sempre é possível e às vezes temos que lidar com tráfego pesado, principalmente quando se chega ou sai de grandes centros.

Eu sempre fico muito tensa em situações assim. Há quem use o bastão para manter distância, mas eu não me sinto segura com ele. Falarei a respeito no artigo sobre segurança em bicicletas.

Lesões e dores

Existe uma dor bem conhecida dos ciclistas: a tendinite do joelho. Dores nos joelhos que vêm de diferentes causas, como as do aumento repentino das horas de ciclismo (esta é a razão pela qual sair sem treinar pode ser complicado) ou as de um selim ou um pedal mal ajustado.

Essas dores geralmente acabam passando com uma desaceleração do ritmo. Quase todos os viajantes de bicicleta já passaram por isso, mas é melhor tentar evitar, treinando antes de sair!

Outras lesões graves podem ser ocasionadas por quedas da bicicleta. Com alforjes, ela geralmente fica mais estável e, portanto, você cai mais suavemente. Mas também podemos nos machucar muito. É por isso que é melhor fazer um seguro de viagem para evitar custos excessivos de hospitalização em caso de lesão.

Problemas mecânicos na bicicleta

Muitas vezes é aconselhável levar uma bicicleta fácil de consertar. O motivo é que você pode fazer alguma coisa a respeito da situação, mesmo estando no meio do deserto.

O melhor é aprender o básico da mecânica de bicicletas antes de tentar consertar sua bike você mesmo. Mas também equipá-la bem (com equipamentos de qualidade) para evitar quebras!

Viajando todos esses anos por milhares de quilômetros, eu tive a sorte de não ter nenhum ou quase nenhum problema técnico. Mas depois de algumas centenas de quilômetros percorridos, sempre que chego na cidade, levo a bicicleta para revisão.

Cães agressivos

Durante uma longa viagem de bicicleta, pode acontecer de ser confrontado com cães agressivos. Estes estão correndo atrás, parecendo ameaçadores, prontos para morder.

Saiba uma coisa: os cães são bocas grandes. Eles geralmente estão apenas protegendo seu território e garantindo que você fuja. Em suma, muito poucos são aqueles que vão tão longe a ponto de mordê-lo!

Utilizando o transporte público

Às vezes, durante uma viagem de bicicleta, temos que pegar um meio de transporte. Seja para evitar uma área onde o trânsito é muito denso, para avançar um pouco mais rápido ou facilmente no nosso percurso etc.

Por enquanto, no transporte público, a bicicleta não é muito favorecida! Muitas vezes, temos que desmontar a bicicleta para poder levá-la conosco, o que é trabalhoso.

Dessa forma, bicicletas “fora do padrão” (triciclos, tandem, com reboques etc.) costumam apresentar ainda mais problemas. Espero que as coisas mudem nos próximos anos, com o desenvolvimento do cicloturismo.

ônibus


Nem sempre é garantido embarcar em um ônibus com a bicicleta. Mas, na maioria das vezes, basta aparecer com ela embalada para que seja colocada no porta-bagagem. Algumas empresas permitem desmontá-la em algumas rotas. Muitas vezes, dependemos da boa vontade e do bom senso do motorista.

No Brasil, as empresas de ônibus aceitam as bicicletas se estiverem embaladas.

Na França e na Nova Zelândia a maioria dos ônibus locais permite o transporte de bicicletas se você estiver fazendo viagens curtas. Na Inglaterra, elas precisam estar embaladas e só são permitidas se houver espaço no bagageiro.

O trem

O trem é o meio de transporte preferido quando se viaja de bicicleta. Mesmo que às vezes seja sinônimo de complicações.

Muitas vezes é preciso verificar caso a caso para saber se é possível pegar o trem com sua bicicleta. Há países onde é proibido levar a bicicleta no trem, como na Romênia.

Na grande maioria dos países europeus, as bicicletas são geralmente aceitas nos trens TER. No TGV você tem que desmontá-las. Ao passo que bicicletas excepcionais (tandem, bicicletas reclinadas, reboques etc.) nem sempre são aceitas…

O avião

Andar de avião com sua bicicleta, de fato, não é fácil. Antes de mais nada, você precisa encontrar uma companhia aérea que aceite levar sua bicicleta a um preço decente (você terá que ler as condições de preços de cada empresa).

Eu já levei a minha bicicleta em várias companhias aéreas. Levo embalada em caixa de papelão e só ela é despachada. Como tem menos de 23 kg, ela conta como bagagem que tenho direito de levar (isso tem funcionado). A única vez que paguei foi em um voo para Porto Alegre, em que me cobraram uma taxa de 150 reais.

O barco ou balsa

Finalmente, continua a ser o meio de transporte mais simples! Geralmente, as bicicletas são aceitas desmontadas a bordo, bastando encaixá-las. Os ciclistas costumam entrar antes dos carros. 

Atravessando fronteiras

Se você estiver viajando de bicicleta na Europa, talvez nem perceba certas fronteiras.

Obviamente, quando se sai do espaço Schengen (uma área criada por convenção entre países europeus na qual não há controles fronteiriços ou alfandegários), a fiscalização pode ser mais rigorosa.

Papéis em ordem!

Preste atenção na validade do seu passaporte. Mesmo que tenha sido oficialmente reconhecido como válido pelo seu país de destino, os funcionários da alfândega nem sempre estão atualizados ou de bom humor. Então, eles podem solicitar verificações.

Caso não esteja tudo em ordem, em vez de perder cinco minutos, você fica uma hora na fronteira imaginando se vai passar. E pode acontecer que você não passe. Por isso é melhor se precaver.

Solicitar vistos

É aconselhável fazer vistos na estrada quando fizer uma longa viagem de bicicleta. Na realidade, existem duas razões para isso. Em primeiro lugar, o período de validade do VISA. Como o cicloturismo é um modo de viagem lento, você pode não chegar a tempo. No mais, há mudanças de trajetória que muitas vezes acontecem durante viagens longas.

Cada país é diferente. É melhor verificar com as embaixadas antes de chegar no local.

A fronteira terrestre

Antes de cruzar a fronteira, tente verificar quais são as fronteiras circundantes que você pode atravessar. Algumas podem ser reservadas para os locais, por exemplo!

Às vezes, os funcionários da alfândega fazem várias perguntas: o que você planeja fazer no país? Você reservou hospedagem? Tem um bilhete de saída do território? Ou, você tem prova de seus fundos?

Se a fronteira for complicada, prepare respostas para essas perguntas. Se necessário, reserve uma passagem de ônibus ou trem de saída cancelável e alguns hotéis, que também podem ser cancelados.

Gerencie seu itinerário

Os guias físicos têm a vantagem de nunca decepcionar. Eles não precisam de bateria. Por outro lado, são mais pesados; por isso, muitas vezes exigem um pouco de logística para transportá-los (mandando-os pelo correio, separando-os no caminho etc.). Eu nunca deixo de levá-los comigo.

Onde conseguir os guias?

Geralmente, e especialmente se você estiver em uma rota EuroVelo, por exemplo, é possível obter mapas no Posto de Turismo local.

Caso contrário, você também pode procurá-los em livrarias ou encomendá-los. Eu compro no site da Amazon antes de viajar, recebo em casa e estudo muito a rota. Ou, chegando no local escolhido para iniciar uma rota, procuro uma livraria especializada.

GPS

Hoje, a maneira mais fácil é usar seu smartphone, que às vezes é tão poderoso quanto um GPS. Com o Maps.me, por exemplo, é possível baixar uma rota e inseri-la no aplicativo. Isso permite que você sempre possa encontrar o caminho de volta, se necessário!

Como fazer ou encontrar uma rota GPX?

Há várias possibilidades, mas vejo que muitos ciclistas usam o www.bikemap.net, um site que já tem uma comunidade considerável de ciclistas. Eu nunca usei.

Você pode encontrar as pistas GPX das rotas EuroVelo olhando com atenção. Muitas vezes os sites turísticos oficiais os fornecem.