Tailândia de bicicleta : explorando o norte do país
De Chiang Mai a Chiang Rai
A rede rodoviária da Tailândia é a mais desenvolvida do Sudeste Asiático. O país conta com boas rodovias asfaltadas, faixas laterais e diversas estradas secundárias, pavimentadas ou de cascalho, especialmente no norte montanhoso. No Sul, as alternativas são menos frequentes, e o trânsito tende a ser mais intenso. No entanto, a região conta com refúgios agradáveis em ilhas paradisíacas e trechos costeiros planos e cênicos.
Cultura da bicicleta na Tailândia
Assim como em outros países do Sudeste Asiático, a bicicleta foi por muito tempo o principal meio de transporte na Tailândia. Contudo, nas últimas décadas, as motocicletas passaram a predominar. Ainda assim, muitas pessoas continuam a usar bicicletas, e o ciclismo, tanto como esporte quanto como meio de transporte, vem crescendo no país.
Acomodações para ciclistas na Tailândia
Motéis
A Tailândia é repleta de motéis baratos e, em sua maioria, bastante decentes. Estão espalhados ao longo das principais rodovias e costumam ter apenas um andar, com grandes varandas onde é possível guardar a bicicleta. Os quartos geralmente são amplos, com camas largas e firmes, e custam entre 8 e 15 USD por noite. É importante notar que esses estabelecimentos não costumam ter restaurantes; no máximo, oferecem refrigerantes. No entanto, é possível pedir permissão ao gerente para usar um fogão na varanda.
Resorts de praia
Graças à longa tradição turística da Tailândia, o país possui uma vasta infraestrutura hoteleira, especialmente nas regiões litorâneas. Nos últimos anos, com a concorrência crescente de destinos como Vietnã e Camboja, muitos resorts acabaram decadentes ou abandonados, especialmente no sul. Ainda assim, há diversas opções acessíveis, ideais para ciclistas com orçamento limitado. Para quem busca acomodações mais sofisticadas, há também diversas opções de luxo.
Hostels
A Tailândia é um dos destinos favoritos dos mochileiros desde os anos 1970. Para ciclistas, os hostels nem sempre são ideais, pois pode ser difícil armazenar a bicicleta e manter os pertences em segurança. No entanto, podem ser ótimos para socializar, especialmente para quem pedala sozinho. Camas em dormitórios custam entre 7 e 12 USD.
Acampamento e templos budistas
Acampar na Tailândia é complicado. Fora dos parques nacionais, onde as áreas de acampamento costumam ser lotadas e caras, o camping selvagem é desaconselhado por questões de segurança e legislação ambígua. Em vez disso, a melhor opção para hospedagem gratuita é pedir abrigo em templos budistas, estações de gasolina ou até em casas de moradores locais.
Couchsurfing, Warmshowers e delegacias de polícia
O Couchsurfing na Tailândia tem se tornado mais parecido com um site de encontros, e as respostas podem ser escassas. Já a comunidade Warmshowers está crescendo rapidamente, com cada vez mais anfitriões no país. Além disso, algumas delegacias de polícia de trânsito oferecem hospedagem gratuita para cicloturistas. Identificadas por placas com o símbolo de uma bicicleta, essas delegacias oferecem refeições, ferramentas básicas e um quarto simples para passar a noite.
Comida na Tailândia
A comida tailandesa é acessível e saborosa. Pequenos restaurantes oferecem pratos como por cerca de 2 USD . No entanto, o serviço pode ser demorado, e os restaurantes costumam fechar cedo, por volta das 17h ou 18h. Para opções rápidas, as lojas de conveniência, como 7-Eleven e FamilyMart, oferecem lanches prontos, água quente e micro-ondas. Supermercados maiores também estão disponíveis nas grandes cidades. O grande destaque gastronômico para ciclistas na Tailândia são as frutas tropicais frescas, facilmente encontradas ao longo das estradas, como mangas, bananas, melancia, pitaia, mangostim, rambutan e coco.
Ciclismo no Sul da Tailândia
O sul da Tailândia é predominantemente plano e coberto por plantações de borracha. As estradas principais, como a Highway 41 e a Highway 4, são seguras para ciclismo, contando com acostamentos largos. Para quem prefere rotas mais tranquilas, a estrada costeira 408 oferece belas praias e templos budistas.
Ciclismo no Norte da Tailândia
A região norte da Tailândia é uma das melhores áreas do país para o cicloturismo, oferecendo paisagens montanhosas, templos históricos e uma cultura rica. Algumas características do ciclismo na região incluem:
- Paisagens e Terreno
- O norte da Tailândia é montanhoso, especialmente nas províncias de Chiang Mai, Chiang Rai, Mae Hong Son e Nan, o que significa subidas desafiadoras e descidas emocionantes.
- Estradas cênicas passam por florestas tropicais, plantações de chá e café, e comunidades rurais tradicionais.
- Algumas estradas têm pouco tráfego e são bem conservadas, ideais para cicloturistas.
- Rotas Populares
- Mae Hong Son Loop (cerca de 600 km): uma das rotas mais famosas, passando por curvas sinuosas e paisagens espetaculares.
- Chiang Mai a Chiang Rai: cerca de 200 km de pedal por estradas tranquilas, com opções para visitar tribos locais e cachoeiras.
- Nan Loop: menos conhecida, mas com estradas de qualidade, montanhas e pouca movimentação de veículos.
- Golden Triangle (Triângulo Dourado): região de Chiang Rai, onde a Tailândia encontra o Laos e Mianmar, com vilarejos interessantes ao longo do rio Mekong.
Clima e Melhor Época
- Novembro a fevereiro: melhor período para pedalar, com temperaturas mais amenas e pouca chuva.
- Março a maio: calor intenso, podendo ultrapassar 35°C.
- Junho a outubro: temporada de chuvas, estradas podem ficar escorregadias e alguns trajetos podem ser afetados por inundações.
Infraestrutura para Ciclistas
- Chiang Mai é uma referência para ciclistas, com lojas especializadas, oficinas e aluguel de bikes.
- Pequenos vilarejos ao longo das rotas têm opções básicas de hospedagem e comida.
- Algumas áreas têm cafés e pousadas bike-friendly.
Minha viagem : Norte da Tailândia
Pedalar pelo Norte da Tailândia foi uma experiência incrível, uma mistura de desafios físicos, paisagens deslumbrantes e uma imersão profunda na cultura local. Meu roteiro seguiu por Chiang Mai, Mae Malai, Tha Ton, Mae Chan, Chiang Saen e Chiang Rai, atravessando estradas sinuosas cercadas por montanhas, arrozais e florestas tropicais. Pelo caminho, passei por vilarejos autênticos, onde o ritmo de vida segue tranquilo, e tive encontros inesperados com a hospitalidade tailandesa
O ponto de partida: Chiang Mai
Chiang Mai, a principal cidade do norte da Tailândia, é um lugar onde história, cultura e natureza exuberante se misturam harmoniosamente. Fundada em 1296 como capital do Reino de Lanna, a cidade preserva suas muralhas antigas e abriga mais de 300 templos budistas, incluindo o icônico Wat Phra That Doi Suthep , um dos mais sagrados do país. Cercada por montanhas e vegetação densa, Chiang Mai é um destino perfeito para ecoturismo, trilhas e, claro, roteiros de bicicleta.
Assim que cheguei, segui direto para o hotel que já havia reservado. Dessa vez, optei por alugar uma bicicleta, então, assim que me acomodei, entrei em contato com a agência para verificar as condições da bike e alinhar todos os detalhes da viagem. O suporte incluía o transporte de bagagem e a assistência de um ciclista local, garantindo mais segurança ao longo do trajeto.
Após o almoço, encontrei meu guia para ajustar a bicicleta e, em seguida, fizemos um passeio a pé por Chiang Mai, explorando alguns dos seus templos mais emblemáticos:
Os templos ( Wat) de Chiang Mai
- Wat Phra That Doi Suthep: No topo do Monte Doi Suthep, esse é o templo mais famoso de Chiang Mai. Para chegar até ele, é preciso subir uma escadaria de 309 degraus, ladeada por serpentes esculpidas. O esforço é recompensado com uma vista espetacular da cidade e o brilho dourado da sua estupa central, que guarda uma relíquia sagrada de Buda.
- Wat Chedi Luang: No coração da cidade murada, esse templo abriga as ruínas de uma imponente estupa do século XV, que um dia foi a mais alta de Chiang Mai. Caminhar entre suas estruturas antigas dá a sensação de estar voltando no tempo.
- Wat Phra Singh: Um verdadeiro tesouro da arquitetura Lanna, esse templo é lar do famoso Phra Singh, uma das imagens de Buda mais reverenciadas do norte da Tailândia. Seus telhados elaborados e interiores ricamente decorados são de tirar o fôlego.
- Wat Chiang Man: O templo mais antigo da cidade, construído no século XIII pelo rei Mengrai. Suas estupas adornadas com elefantes são impressionantes, e ali estão algumas das imagens de Buda mais antigas de Chiang Mai.


Após a visita aos templos, me juntei a um casal de canadenses que percorreria a mesma rota que eu pela Tailândia. Nos apresentamos, compartilhamos nossas expectativas para a jornada e saboreamos um típico jantar tailandês. Entre pratos picantes e histórias de viagem, a conexão foi imediata. Depois, seguimos para o hotel, ansiosos pelo início da grande aventura de bicicleta pelo norte da Tailândia.
1º Etapa : Chiang Mai / Mae Malai – 44,2 km
Saindo de Chiang Mai, a maior cidade do norte da Tailândia, o início da viagem foi marcado pelo tráfego intenso. No entanto, conforme me afastava da cidade, as estradas se tornaram mais tranquilas, cercadas por arrozais e montanhas cobertas de vegetação exuberante. As estradas são boas, a água é fácil de encontrar, as pessoas são prestativas .
No percurso, a paisagem se mistura aos templos budistas, que estão por toda parte. Na Tailândia, eles são refúgios espirituais, lugares de devoção e testemunhas silenciosas da história do país. Alguns, menores e escondidos, oferecem momentos de tranquilidade entre as pedaladas. Independentemente do tamanho, todos compartilham a mesma essência: o perfume suave do incenso no ar, monges em suas vestes açafrão e a presença serena do Buda.




O primeiro trecho até Mae Malai já deu um gostinho do que estava por vir: subidas moderadas, templos escondidos e paradas estratégicas para saborear frutas tropicais frescas vendidas por moradores locais.
2º Etapa : um loop pela região de Mae Malai e Mae Taeng– 77 km
O pedal de hoje teve como objetivo explorar a encantadora região de Mae Malai e Mae Taeng, conhecida por sua atmosfera rural e paisagens exuberantes. Situada às margens do Rio Mae Taeng, a área é pontilhada por pequenas vilas agrícolas, onde comunidades locais vivem de forma simples, cultivando arroz, frutas tropicais e outras colheitas.


Uma tradicional casa tailandesa
Seguindo o curso do Rio Mae Taeng, o trajeto atravessa pequenas vilas, onde a vida segue em um ritmo tranquilo. A estrada segue por colinas sinuosas, revelando mirantes naturais que presenteiam com vistas de tirar o fôlego. À medida que o relevo se acentua, as subidas começam a testar as pernas, exigindo paradas estratégicas para saborear frutas tropicais frescas vendidas à beira da estrada.


Na região de Mae Taeng, cheguei à pequena vila de Inthakhin, onde me deparei com o imponente Wat Ban Den (também conhecido como Wat Den Sa Li Mueang Kaen). Originalmente construído em 1894, o templo passou por uma grande renovação a partir de 1991, impulsionada pelas doações que começaram a chegar com a vinda do monge Kru Ba Tuang em 1988. Hoje, o Wat Ban Den impressiona por sua arquitetura ricamente ornamentada, com telhados azuis brilhantes, esculturas detalhadas e uma série de estupas douradas, tornando-se um dos templos mais impressionantes da região.



3º Etapa : Mae Malai a Tha Ton – 76,5km
O dia começou com um curto traslado de van até Fang, onde as condições para iniciar o pedala eram ideais, um percurso relativamente plano e sem muito tráfego. O trajeto de Fang a Tha Ton me levou por campos de arroz que se estendiam ao longo da estrada. As subidas e descidas ocasionais tornaram o percurso interessante. Cobri cerca de 76km nesse dia e passei por várias vilas, perfeitas para conhecer o interior autêntico da Tailândia.




Cheguei a Tha Ton, uma bela cidade à beira do rio, próxima à fronteira com Myanmar. A influência birmanesa, tailandesa e chinesa era visível na língua e na cultura da região.
4º Etapa : Tha Ton a Mae Chiang – 44,5km
Segui em direção a Mae Chan pela movimentada Rodovia 107, uma estrada principal sem acostamento, dominada pelo tráfego intenso de caminhões.
Apesar do desafio, o cenário compensava: plantações de arroz emolduravam as colinas agrícolas, enquanto pequenas vilas surgiam ao longo do rio, compondo uma paisagem deslumbrante.

O pedal foi exigente. Após um trecho inicial de 25 km, enfrentei uma subida árdua em Baan Yapa, com inclinações variando entre 12% e 20%. Depois de uma descida vertiginosa, novas elevações desafiadoras surgiram, algumas chegando a 15% de inclinação. O percurso foi tenso e técnico, mas as descidas proporcionaram momentos de pura adrenalina.


No caminho, fiz uma parada estratégica em um mercado à beira da estrada, onde pude saborear a comida local envolta em folhas de bananeira, um verdadeiro deleite para os sentidos.
Nesse percurso, fizemos uma parada para visitar o Roi Jai Rak Garden, um projeto que abrange 5.939 hectares e inclui quatro aldeias principais – Huay San, North Meung Ngam, South Meung Ngam e Suk Reutai – além de 20 aldeias menores. Após a prisão do traficante Laota Saenlee, em 11 de outubro de 2016, Sua Alteza Real Princesa Bajrakitiyabha Narendiradebyavati, promotora do caso, compreendeu a gravidade do problema e seus impactos na sociedade. Assim, idealizou o projeto para oferecer novas oportunidades à comunidade, promovendo empregos lícitos e fontes sustentáveis de renda.
A rota segue em direção a Mae Chan , uma cidade fascinante, marcada pela forte influência chinesa, resultado da migração de refugiados da guerra civil chinesa. Para fechar o dia, passei a noite no Katiliya Mountain , um refúgio cercado por vegetação exuberante e plantações de chá, que oferece vistas espetaculares – o cenário perfeito para relaxar após um dia intenso de pedal.


5º Etapa : Mae Chiang a Chiang Saen 45 km
Alguns quilômetros após iniciar o pedal do dia, fizemos uma breve parada na Choui Fong Tea Co. Ltd., uma renomada produtora de chá na Tailândia. Situada em meio a colinas verdejantes, a fazenda é conhecida por suas extensas plantações, que impressionam pela paisagem e pela qualidade do chá cultivado. O local também oferece degustações e um café com vista panorâmica.


A rota segue em direção a Chiang Saen e se destaca pela conexão com o passado. Pedalar por essa região significa cruzar antigas rotas comerciais e, em muitos trechos, seguir paralelamente ao poderoso rio Mekong.


Chegar a Chiang Saen foi como entrar em um museu a céu aberto, com suas ruínas do antigo Reino de Lanna e o clima pacato de uma cidade que já foi um importante centro comercial.




É uma das cidades mais antigas do norte da Tailândia, situada às margens do rio Mekong, na região do Triângulo Dourado, onde Tailândia, Laos e Myanmar se encontram. Fundada no século VII, foi um importante centro do Reino de Lanna.
Um dos destaques da região é o Museu do Ópio, que explora a história da produção e do comércio do ópio no Sudeste Asiático. O museu apresenta exposições detalhadas sobre o impacto da droga na sociedade, além dos esforços para erradicá-la e promover alternativas sustentáveis para as comunidades locais. Para acessar o interior do museu, foi necessário percorrer um túnel com uma iluminação especial, uma música envolvente e esculturas nas paredes que evocam um clima sombrio.




A atmosfera tensa desperta, de imediato, uma série de reflexões sobre o período sinistro do comércio do ópio e seu impacto na sociedade.
6º Etapa : Chiang Saen a Chiang Rai 66,7KM
O percurso do último dia tinha como destino Chiang Rai. Segui pedalando por estradas secundárias, atravessando plantações de frutas, campos de arroz e imensas áreas de seringueiras. A rota segue passando por vários vilarejos tradicionais, onde o ritmo de vida seguia tranquilo.




O ponto de chegada : Chiang Rai
Chegar a Chiang Rai foi uma mistura de emoções: alegria por ter atingido o objetivo e tristeza por me despedir das pequenas vilas e de seu povo acolhedor.
Chiang Rai é uma cidade conhecida por sua rica herança cultural, templos impressionantes e paisagens naturais deslumbrantes. Fundada em 1262 pelo Rei Mengrai, foi a primeira capital do Reino de Lanna antes de Chiang Mai assumir esse papel.
À noite, explorei os mercados locais, onde moradores e turistas lotavam as ruas em busca de artesanato e comida de rua. Para encerrar essa incrível jornada, desfrutei de um jantar em um restaurante local, saboreando uma última refeição tailandesa.
Os templos de Chiang Rai
No dia seguinte, visitei algumas das principais atrações da cidade. O Wat Rong Khun (Templo Branco), uma obra-prima moderna e surrealista do artista Chalermchai Kositpipat, impressiona com sua arquitetura detalhada e simbolismo profundo.
O Wat Rong Suea Ten (Templo Azul) encanta pelos tons vibrantes e ornamentação refinada. Já o Baan Dam Museum (Casa Negra) apresenta uma coleção excêntrica de arte e antiguidades, proporcionando uma experiência única.
Já o Baan Dam Museum (Casa Negra) apresenta uma coleção excêntrica de arte e antiguidades, proporcionando uma experiência única.




Wat Huay Pla Kang, um templo budista moderno famoso por sua imponente estátua branca de Guan Yin, a deusa da compaixão, com 90 metros de altura. O complexo também abriga uma pagoda de nove andares em estilo chinês e um templo principal ricamente ornamentado


A Long Neck Karen Village é uma comunidade onde vivem os Karen Padaung, conhecidos pelas mulheres que usam argolas de latão no pescoço. A vila atrai visitantes interessados em sua cultura única, tradições e artesanato, mas também gera debates sobre turismo ético.




Pedalar pelo norte da Tailândia foi muito mais do que um desafio físico. Foi uma imersão na cultura local, um encontro com paisagens que mudavam a cada curva e uma lição sobre a simplicidade e a generosidade das pessoas que vivem ali.
Se houvesse mais tempo, teria prolongado minha estadia, mas novos destinos me aguardavam. A Tailândia, com sua riqueza cultural e natural, ficará para sempre na minha memória.
Deixar um comentário