Santo Agostinho escreveu:
O mundo é um livro, e os que não viajam acabam lendo só uma página.
Percebi que poderia ler várias páginas de um “livro”. Quando tinha 17 anos (hoje tenho mais de sessenta) saí de uma minúscula cidade do interior e fui a São Paulo em busca de trabalho – esse foi só o começo.
Até que um dia, em 1993, viajei pela primeira vez ao exterior. Foi uma viagem que ganhei em um sorteio – acredite se quiser –, na época eu tinha três filhos muito pequenos e uma viagem para o exterior era uma coisa que nunca tinha cogitado. Por falta de grana mesmo. Então fiz a coisa mais absurda da minha vida – os filhos foram deixados com as avós e com amigos, e uma viagem de um mês foi abraçada.
Eu acreditava fortemente que uma oportunidade como aquela nunca mais apareceria para mim, mas estava enganada. Aprendi naquele momento que era possível viajar sem grana. Jamais pensei que teria explorado mais de 40 países, alguns muito improváveis. Compreendi que as experiências sempre permanecem conosco, as coisas não.
Entretanto, só comecei a viajar de bicicleta em 2014, de lá para cá não parei mais. Na bicicleta descobri uma forma prazerosa, econômica e sustentável de viajar. Sem contar a liberdade que ela nos proporciona. Poder parar a qualquer momento, decidir dia a dia, libertar-se de uma vida ritmada e cronometrada por horários precisos e enquadrados.
Minhas viagens são planejadas por mim, então pesquiso muito e me baseio em roteiros que muitos já exploraram. Quando alguém está disponível para acompanhar meus projetos – ótimo, mas encarar uma viagem sozinha não é problema para mim. É algo que aprendi a gostar.
Na falta do inglês fluente, invisto nas mímicas, uma linguagem universal.
Noções básicas de mecânica para a bike também salvam.
Todas as fotos publicadas têm direitos autorais.
Todos os meus textos são baseados em viagens que fiz ou em locais que visitei. O que não conheço não é escrito por mim.